Seduce Me: Matthew (parte 9)
Oi oi, pessoal! Crys-chan voltou com mais Seduce Me! Espero que gostem! 😤
Depois do que se pareceu horas, finalmente acordei, levemente refrescada. Meu corpo sabia que se eu dormisse por mais tempo, ficaria a noite inteira acordada, o que não era parte do plano para o dia. Esfreguei meus olhos e me sentei, deixando um leve gemido escapar dos meus lábios. Em resposta, alguma coisa ao lado da minha cama se moveu, me fazendo olhar. Não sabia o que estava esperando. Ao meu lado, sentado numa cadeira ao lado da cama, estava o Matthew, erguendo-se para me ver acordada. Sorri pra ele, vendo o seu cabelo levemente bagunçado e olhos cansados.
Matthew: Ah, você acordou… Como está se sentindo?
—Bem.
—Ehhh…
—Melhor.
Matthew assentiu e olhou pra cama, pegando as minhas mãos nas suas.
Matthew: Eu sinto muito mesmo. Realmente, realmente sinto muito…
Mika: Matthew, não é culpa sua—
Matthew: Não. Por favor, me escuta! Eu sei que a Diana e o Malix foram atrás de você por causa da gente, então é nossa culpa que você esteja em perigo constante… Se eu não tivesse convencido todo mundo a vir pro mundo dos humanos, nós nunca teríamos sido atacados pelo Malix e caçados e colocado você em perigo e—
Eu alcancei e coloquei o meu dedo nos seus lábios, impedindo-o de seguir mais longe. Não queria ouvir mais nada.
Mika: Matthew… tá tudo bem. Eu queria ajudar vocês. Eu que ofereci pra vocês ficarem. Nada é culpa sua.
Gentilmente movi e coloquei minha mão na bochecha do Matthew, encarando-o com preocupação. Eu não queria que ele guardasse culpa na mente por toda essa provação. A Diana estava desesperada e caçaria qualquer um por eles. Não era culpa dele se ela estava desesperada o suficiente para caçá-los. Mas fiquei curiosa.
Mika: Então, Matthew, você é um nobre?
Matthew olhou pra mim e me deu um sorriso bobo.
Matthew: Eu era antes, mas mesmo que tivesse o título, não me sentia um nobre.
Mika: Como assim?
Matthew: Bem, eu era o quarto filho nobre do Lorde Demônio. Com o Erik e o Sam na minha frente, no caso do James não poder cumprir com as suas obrigações, não havia como eu receber o trono. Então, passei a maior parte do meu tempo tentando deixar a minha mãe feliz. Ela estava sempre infeliz.
Mika: Infeliz? Como assim?
Matthew: Bom, o meu pai era meio… bem… ele se casou com 4 mulheres diferentes. Cada um de nós veio de uma mãe diferente e minha mãe foi a última a se casar com ele e ter um filho. Mas o negócio com as súcubi é que elas ficam com inveja MUITO facilmente.
Mika: Então, o que aconteceu?
Matthew: As outras esposas ficaram furiosas e se desprezaram. Não era nada violento, mas nós nunca comemos juntos por boas razões. Mas a minha mãe era orgulhosa demais pra sentir inveja. Ela foi a última mulher com quem o Lorde Demônio se casou, então se sentia importante. Ela sentiu que, já que ele parou de se casar, foi ela que teve o charme pra acabar com a farra de casamentos dele.
Matthew soltou uma risadinha, uma pista de depressão se prolongando na respiração que soltou.
Matthew: Mas aí, o Lorde Demônio trouxe outra mulher e ela deu a ele um filho fora do casamento: Damien. As esposas, incluindo a minha mãe, estavam furiosas. Em resposta, o Lorde Demônio lançou um feitiço nelas, transformando todas elas em orbes espirituais.
Mika: Isso é horrível!
Matthew assentiu, pressionando os lábios juntos em concordância e tristeza.
Matthew: Elas nunca poderiam ter forma física e perderam todos os seus poderes. Elas se tornaram escravas, presas no castelo do Lorde Demônio. Mas foram mantidas vivas pra garantir que os seus filhos crescessem e virassem demônios competentes.
Mika: Eu sinto muito…
Matthew gentilmente encolheu os ombros, deixando um sorrisinho nostálgico enfeitar os seus lábios.
Matthew: Mas ela me ensinou a como ser um demônio. Não só um demônio: um demônio adulto e maduro. Eu li livros, estudei estratégia, tudo que o James estava fazendo sob a vigília do Lorde Demônio, só que eu treinei apenas com a minha mãe. Ela queria que eu surpreendesse o Lorde Demônio uma última vez e, talvez, tomasse o trono do James…
O Matthew alcançou em seu bolso e tirou um pequeno espelho.
Matthew: Aqui, vou te mostrar.
Matthew entregou-o para mim e enviou uma onda de névoa azul para ele. Ele começou a brilhar até envolver o quarto numa luz forte. Quando a luz diminuiu, eu tinha voltado à entrada principal do castelo demônio. Olhei ao redor, me sentindo incapaz de mover, mas pude ver tudo tão claro quanto antes. Entretanto, minha concentração fechou no Matthew, sentado no trono como se fosse seu e lendo um livro. Por alguma razão, o Matthew me lembrou do James naquele momento. Ele parecia absorto em sua leitura, lendo cada palavra e absorvendo cada significado. Estar no trono combinava com ele. Havia algo nele.
Matthew: Heh. Isso é uma leitura fácil…
Mas um choro triste ecoou pelo salão, forçando o Matthew a parar, fechar o livro e se levantar do trono.
Matthew: Mãe?
Olhei ao redor, confusa com a exclamação e de onde estava vindo. Parecia só ecoar pelo cômodo sem direção. Matthew suspirou e colocou o livro no descanso de braço do trono antes de juntar suas mãos numa concha.
Matthew: Voe e conforte ela, tá certo?
Quando o Matthew abriu suas mãos, um passarinho com penas azuis e roxas animou-se de seu esconderijo. Matthew sorriu e soltá-lo no ar. Eu assisti enquanto ele voou e passou por um arco aberto. O som de suas asas batendo sumiu no ar enquanto voava pra mais longe no castelo.
Matthew: Qual é…
Dava pra ver que o Matthew estava segurando o fôlego. Ele deve se importar muito com a mãe. Aquilo era incrivelmente gentil. Finalmente, o som do choro parou, fazendo o Matthew soltar um suspiro feliz.
Matthew: Muito bom…
O Matthew estalou suas juntas em aprovação e estendeu a mão pro seu livro. Mas antes que ele pudesse encostar na capa com os dedos, o som de tamborilar surgiu no cômodo.
Servo Demônio: Você!! Quarto filho!! Fique longe do trono!!
Matthew: Certo! Certo!!
Servo Demônio: Bahh! O que eu vou fazer com você?! Você é uma criança.
Matthew: Grr…
Matthew encarou o servo enquanto o servo rapidamente limpava o trono, como se houvesse poeira nele inteiro.
Servo Demônio: Da próxima vez que eu ver você no trono, vou informar ao Lorde Demônio. Entendeu??
Matthew: Sim…
O servo demônio continuou a limpar o trono antes de derrubar o livro do descanso de braço. O Matthew congelou quando o servo pegou.
Servo Demônio: O que é isso? Um livro? Por que você tem isso?
Matthew: Eu estava lendo.
Servo Demônio: Você? Lendo? Pahahaha!! Você não precisa ler. Nunca vai precisar de conhecimento para nada, quarto filho.
Eu vi o olho do Matthew tremer, fazendo uma careta. Esse servo era muito tagarela. Era, no mínimo, irritante.
Servo Demônio: Eu vou pegar esse livro e levar para o herdeiro ler. Ele está lendo mais rápido do que a livraria consegue fornecer.
Matthew: Mas isso é—
Servo Demônio: A próxima área de estudos do Raestrao.
O servo começou a ir embora, ignorando o olhar raivoso de Matthew. Mas o servo parou pra olhar o Matthew e esfregar mais sal na ferida.
Servo Demônio: Vamos encarar, criança: você tem os menores chifres, a menor silhueta e a menor quantidade de poder entre os filhos nobres. Você nunca será como eles, então pare de tentar. Use os seus poderes íncubos em outros que têm fetiche por crianças ou algo assim.
O demônio olhou pro Matthew de cima a baixo antes de se apressar de onde tinha vindo… de onde seja que ele tenha vindo… Quando o servo desapareceu, o Matthew invocou uma faca e lançou na direção que o servo saiu. A faca se afundou na pedra dura ao lado da porta do salão.
Matthew: Afe… Eu odeio esse cara… Fauno porco nojento…
Matthew andou e se sentou ao pé do trono, claramente provocado. O Matthew parou a mágica, abaixando o espelho e segurando em suas mãos antes de olhar pra mim.
Matthew: Eu queria te mostrar a minha mãe, mas acho que o espelho queria te mostrar outra coisa… Desculpa…
Mika: Aquele servo é terrível.
Matthew: Hahaha! Nem me fale! Ele serviu ao Lorde Demônio quase a vida inteira. Fauno porco feioso.
Matthew riu enquanto eu ria do insulto. Era bom ver o Matthew de bom humor apesar do que foi mostrado e do que estava acontecendo ao nosso redor. Mas era triste ver que ele era considerado a criancinha dos filhos nobres. Ele conseguia ler os livros de conhecimento que o seu irmão não tinha lido e parecia atencioso. Era um insulto ver alguém despedaçá-lo desse jeito. O Matthew sorriu pra mim e guardou o espelho no bolso.
Matthew: Tanto faz. Que bom que nós saímos de lá, então posso ficar com os meus irmãos igual uma família normal. Sem hierarquias, sem políticas, sem faunos porcos, sem nada!
Eu sorri. Era bom que ele tivesse visto o lado positivo. Mas o seu rosto lentamente ficou triste antes de ele olhar pra cama.
Mika: Matthew?
Matthew: Você fez um monte de coisas pra mim e pros meus irmãos… Acolhendo a gente, deixando continuar vivendo aqui… Pode não parecer muito, mas pra gente é tudo… Mas não quero que você se machuque por nossa causa…
Observei em silêncio e sem palavras quando o Matthew levantou sua cabeça, seus olhos cheios de quase desesperança.
Matthew: É por isso que eu sinto muito…
Matthew abaixou sua cabeça em vergonha. Não pude evitar sentir o meu coração apertar no meu peito. Ele se importava de verdade… O Matthew soltou um suspiro antes de olhar pra mim com um novo sorriso. Ele escondia muito bem a sua tristeza, mas dava pra ver que ele ainda estava chateado com toda a provação.
Matthew: Certo. Você precisa dormir e eu preciso fazer o jantar! Vou te acordar quando o jantar estiver pronto.
Matthew gentilmente me pressionou de volta pra cama, decidido no que tinha acontecido.
—Sorrir.
—Roubar um beijo. {+Matthew}
Eu não podia deixá-lo ir sem fazer alguma coisa. Puxei o Matthew pra mim, levantei minha cabeça e beijei-o, colocando uma mão na sua bochecha pra manter o seu rosto próximo. O Matthew encarou com muita surpresa antes de hesitantemente me beijar de volta, acariciando a minha bochecha e levemente derretendo ao toque dos nossos lábios. Um leve suspiro escapou dos seus lábios e ele se afastou com um sorriso. Ele lambeu seus lábios, me fazendo corar pelo simples gesto. Ele soltou um suspiro satisfeito e aninhou a minha testa.
Matthew: Vá dormir…
E com isso, ele se levantou e saiu do quarto, me deixando descansar ao seu pedido. Eu sorri pra mim mesma antes de relaxar no colchão.
Diana: Hehehe…
De repente, fiquei tensa. Senti um extremo desconforto. Algo não estava certo. Senti no meu âmago.
Mika: Ela deve estar aqui.
Imaginar ela na minha casa me enfureceu além da conta. Eu tinha que me certificar de que ela não estava aqui. Rolei pra fora da cama e saí do meu quarto, perambulando pelos corredores e ouvindo atentamente. Ela era um demônio, mas eu estava ouvindo com muita atenção. Não tinha chance de que ela fosse capaz de se esgueirar.
Mika: Eu sei que você está aqui… onde você está…?
Consegui me sentir rosnar. Não era mais uma questão de medo que ela levaria os rapazes; sua própria existência tinha acendido um fogo de raiva em meu interior que somente crescia a cada dia que se passava. Essa disputa estava me dando nos nervos e sabia que não iria terminar bem pra uma de nós. Eu não iria perder pra aquela vadia demônio.
Matthew: Me deixa em paz!
Meu coração parou. A Diana estava com o Matthew. Minha mente entrou em câmera lenta, criando imagens falsas da Diana tentando seduzir o Matthew na minha cabeça pra aumentar a chama de raiva dentro de mim. Segui a voz do Matthew. Eu estava me aproximando da grande entrada e segui a comoção pra sala de jantar. O som estava ecoando da cozinha, então espiei pra dentro enquanto me escondia no canto. Eu quase rosnei ao ver: o Matthew estava segurando um lado do balcão da cozinha com a Diana segurando o outro lado, olhando pra ele com um sorrisinho.
Diana: Ah qual é, Matthew! Você não gosta de brincadeiras? Brincar de pega-pega parece tão divertido!
Matthew: Não com você! Agora vai embora!
Diana: Ahh-! Estou magoada. Machuca, de verdade. Eu fui longe demais?
Matthew: Você foi longe demais quando veio aqui e atacou a Mika!
Diana: Que pena. E aqui pensei em lhe oferecer a chance de ser tornar algo melhor do que um simples íncubo…
Do que a Diana estava falando? Mais do que um íncubo? Ela estava maluca.
Diana: Que tal se tornar o próximo Lorde Demônio?
Eu congelei. O que ela queria dizer? Se tornar o próximo Lorde Demônio? Os rapazes não estavam mais no mundo dos demônios. Eles não tinham mais direito ao trono… O Matthew encarou a Diana, o que me deixou preocupada.
Matthew: O próximo Lorde Demônio?
Diana: Bem, atualmente, eu sou a noiva arranjada do herdeiro do trono~ Já que o trono está aberto, está disponível para qualquer filho da linhagem do Lorde Demônio.
Matthew: …
Diana: Pense nisso~ Você ganhará o trono, o território e uma noiva para continuar sua linhagem… Não parece uma vida perfeita para um íncubo como você? Você mostrará ao seu pai e à sua mãe quão maduro você é~ Que não é somente um menininho fofo que as pessoas menosprezam~
Me senti agarrando os meus punhos fortemente com raiva. Como essa garota ousa tentar convencer o Matthew a retornar pro mundo dos demônios? Ele fugiu de lá. Não tinha que voltar. Ele NÃO DEVERIA voltar. Minha mente começou a vagar, imaginando-o dizendo que sim. Ele iria embora e os irmãos seguiriam para trazê-lo de volta. Eles seriam presos numa armadilha porque a Diana garantiria que eles nunca pudessem sair. O Matthew seria o novo Lorde Demônio com a Diana como a sua rainha e eu iria perdê-lo.
Matthew: Como se eu fosse acreditar em você.
Diana: Você não precisa acreditar em mim, Matthew. Somente precisa voltar para casa comigo. Eu prometo que você será respeitado como deveria.
Matthew: Eu não vou cair nessa!
Diana: Nessa o quê? A verdade? A verdade é que os seus irmãos AINDA tratam você como uma criança, mesmo que o mundo dos demônios esteja muito longe, atrás de vocês. A verdade é que o seu casinho de amor humano é fugaz. Ela nunca verá você como um homem, somente como um garotinho que quer crescer.
Matthew: PARE COM ISSO!!
Observei quando o Matthew lançou um punhado de facas na Diana, que se inclinou e desviou delas com facilidade. Elas se enfiaram na parede de porcelanato antes de desaparecer, como se não existissem.
Diana: Você ousa me atacar?!
Matthew: Eu não vou voltar e é DEFINITIVO!!
Eu pude ver os músculos do Matthew se tencionarem e flexionarem, querendo atacar a Diana. Mas a garota em questão respirou fundo e olhou pro Matthew com um olhar suplicante.
Diana: Você não vai nem mesmo retornar à sua mãe? Ela tem chorado desde que você foi embora.
Matthew: NÃO coloque ela nisso.
O Matthew encarou enquanto a Diana circulou o balcão na direção dele.
Diana: Ela implorou que eu lhe trouxesse de volta. Ela quer que você tenha o que merece: o trono.
Matthew: Eu não acredito em você.
O Matthew se afastou de Diana, indo pra geladeira pra cozinhar o jantar, como se ela não estivesse ali. A Diana parou e se inclinou contra o balcão.
Diana: Ela nunca vai amar você, sabia?
Matthew: Não ligo. Eu me preocupo com a Mika.
Diana: Pfft! A garota humana? Você deve estar brincando. Uma humana como ela não pode lhe fornecer o que você precisa. Ela é uma humana. Você é um demônio.
Senti o impulso de invadir e calar a boca dela. Isso revelaria a minha posição, mas eu estava extremamente cansada da Diana.
—Invadir e colocá-la no lugar. {+Matthew}
—Manter a sua posição.
Eu decidi ser assertiva e rapidamente entrei no cômodo, apressando-me para ficar na frente do Matthew. A Diana e o Matthew olharam pra mim com surpresa enquanto eu encarava furiosamente a Diana.
Mika: Sai. Daqui.
Diana: Ora, ora, humaninha. Você é terrivelmente intrometida em assuntos que não lhe dizem respeito.
—Eu não me importo. Sai daqui.
—Isso me diz respeito SIM. {+Matthew}
Diana: Diz? Não acho que um humano entenderia a importância deste caso.
Mika: Você está pedindo a ele pra ir embora e ser alguém que ele não quer ser. Isso não vai acontecer.
Diana: Ah~? E o que faz você ter tanta certeza disso?
—Eu amo ele! {+Matthew}
—Ele não é uma criança.
Diana encarou em choque a minha exclamação. Não era o que ela esperava? Não me importava o que ela esperava; eu não perderia o homem que aprendi a amar.
Diana: Você… ama ele?
Mika: Sim. Eu amo ele.
Os lábios da Diana se contraíram, os cantos curvando em um sorrisinho divertido enquanto ela me encarava.
Diana: E daí? O amor de uma humana não é suficiente para entender essa situação. Um demônio nunca poderá retribuir os sentimentos humanos.
Mas para nossas surpresas, o Matthew andou pra frente e colocou um braço ao meu redor, puxando-me pra perto do seu corpo.
Matthew: Eu amo ela.
Eu vi a confiança que a Diana tinha se quebrar nos seus olhos enquanto encarava o Matthew pelas palavras dele. Dava pra ver a luta no rosto dela pra tentar encontrar alguma fraqueza no Matthew. Em mim. Qualquer coisa.
Diana: Um demônio amar uma humana…? Impossível.
Matthew: Você me ouviu. Eu amo ela, Diana. Eu faria qualquer coisa por ela e ela se importa comigo mais do que qualquer um já fez nas Planícies Abissais. Mais do que você vai saber. Ela me faz sentir igual o adulto que eu sou e não tem nada que você possa fazer pra mudar isso. Nunca.
A Diana deu um passo para trás, fisicamente sentindo a picada das palavras de Matthew no seu peito. Ela tinha perdido. Eu conseguia ver em seus olhos. Os olhos da Diana ficaram enevoados enquanto ela encarava o Matthew e eu. Parecia quase incaracterístico dela, mas era algo que eu não estava surpresa de ver em seu rosto.
Diana: …Muito bem… Ótimo… Adeus.
E com isso, a Diana desapareceu no chão num pentagrama roxo, cruzando os braços e quase parecendo… chateada. O Matthew e eu fomos deixados sozinhos, com o silêncio no cômodo. Eu finalmente soltei o ar que estava inconscientemente segurando no peito, relaxando do desafio. O Matthew se aproximou de mim e me segurou gentilmente, me surpreendendo.
Matthew: Você está bem?
Eu assenti em resposta, incapaz de falar ao ser surpreendida. O Matthew soltou um suspiro, relaxando no abraço. Gentilmente coloquei as minhas mãos ao redor dele, retornando o abraço. Conseguia ouvir os batimentos do coração do Matthew. Ele me segurou em seus braços e me senti muito segura.
Mika: Você está bem?
Matthew: É claro que eu tô bem… Tô te abraçando…
Olhei pro Matthew, surpresa pelo que ele disse. O Matthew corou, movendo uma mecha do meu cabelo do meu rosto pra olhar para mim.
Matthew: Você significa tanto pra mim… Você me faz sentir mais do que só uma criança. Nunca me senti tão feliz antes com outra pessoa e aqui está você, me dando todos os motivos pra te amar… Eu te amo pra caramba…
Encarei com os olhos arregalados, corando igual uma maluca. Aquilo era real? Sem chance. Não podia ser verdade. O MATTHEW estava se confessando pra mim? CONFESSANDO O SEU AMOR por mim?? O Matthew gentilmente acariciou a minha bochecha, encarando os meus olhos com uma expressão adorável, quase esperançosa. O calor da sua mão me convidou a me aconchegar nela, fechando os meus olhos. Não era um sonho. O meu coração estava batendo tão forte que eu tinha certeza de que Matthew conseguia ouvir. O Matthew gentilmente se inclinou, fechando os seus olhos. Mas ele parou, sobrando só um centímetro até os meus lábios. Ele queria que eu mostrasse os meus sentimentos por ele. Ele tinha ficado disponível para eu beijá-lo ou recusá-lo. O poder que eu tinha era inacreditável.
—Acariciar a bochecha dele.
—Beijá-lo. {+Matthew}
Eu o amava e queria lhe dar exatamente o que ele queria. Gentilmente me inclinei, deixando os meus lábios finalmente tocarem os seus. O Matthew soltou uma arfada quase surpresa contra os meus lábios antes de enlaçar os braços ao redor da minha cintura, me puxando pra perto dele. Levantei os meus braços e coloquei ao redor do seu pescoço, sentindo o beijo entre a gente se aprofundar no calor. Meu peito estava batendo forte, me fazendo sentir e ver fogos de artifício na minha mente. O Matthew era tudo que eu desejava. Ele era o homem que eu queria, demônio ou não. Era tudo tão sobrenatural; se apaixonar por alguém rápido assim. Talvez fosse o senso mágico no qual me envolvi, talvez fosse o Cupido brincando com o meu coração. De qualquer jeito, eu estava derretendo ao pensar que ele estaria comigo. Passei os meus dedos pelo cabelo do Matthew, fazendo o homem que me abraçava estremecer pelo meu toque. Ele mordiscou meu lábio inferior, me pedindo pra aprofundar ainda mais o beijo entre a gente. Facilmente brinquei com ele antes de abrir minha boca pra ele. Sua língua dançou com a minha enquanto uma de suas mãos deslizou pra cima das minhas costas e segurou a minha cabeça. Ele inclinou o meu corpo pra trás, me fazendo pendurar nele enquanto o calor do nosso beijo subia mais e mais. Mas gentilmente, o Matthew diminuiu o beijo e se afastou, me encarando. Seus olhos queimavam por mim, querendo me derreter nos seus braços. Já me sentia derreter. O Matthew abriu a boca pra falar, mas quando um rubor pequeno surgiu em suas bochechas, ele se calou num silêncio tímido. Observei enquanto ele tentava encontrar as palavras nos meus olhos. Eu sabia exatamente o que ele queria. Mas ele não precisava de energia, né?
Mika: Você está…?
Matthew: Não… Eu só…
Encarei de olhos arregalados, sentindo o rubor nas minhas bochechas crescer. Ele não disse mais nada, mas eu sabia quais palavras completar se ele continuasse. Ele me queria. Fiquei atordoada. Eu era tão atraente assim para ele? Sua paixão era realmente tão profunda assim por mim? Matthew gentilmente aninhou minha testa, perdendo o rubor e finalmente sendo capaz de falar.
Matthew: Se você não quer, nós não precisamos… Eu quero dizer, você decide…
Eu pude sentir minha mente ficar entorpecida e ronronar à ideia. Um momento com um íncubo. Ele era o demônio do sexo, a forma mais pura de luxúria e desejo. Meu mundo iria arrebentar e eu iria aproveitar cada segundo disso. Ao mesmo tempo, eu era mesmo… inexperiente. Diana não estava errada quando ela me declarou ser inocente. Eu queria dar essa inocência a ele? Especialmente tão cedo? Eu me encontrei esquecendo as palavras ‘sim’ e ‘não’. O que eu podia dizer a ele? Eu sabia então o que eu queria, mas como dizer isso sem quebrar o momento…
—Me abraça.
—Me seduz.
Esse é o fim da parte 9. Até a próxima, pessoal! 😏
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