Seduce Me: Damien (parte 2)
Você: Frio. Estava realmente frio. A chuva se tornou mais pesada àquela tarde,
acompanhada pelos trovões de vez em quando. Os céus escureceram, mesmo que eu
não pudesse vê-lo por debaixo do guarda-chuva preto. Não que eu estava olhando
para cima. Na verdade, olhar para cima era o exato oposto do que eu queria
fazer. Eu encarei a grama debaixo dos meus pés, incapaz de olhar para as
pessoas chorando ao meu redor. Tudo o que eu podia ver era a grama úmida
debaixo dos meus pés. Apenas o monótono louvor que flutuou pelas minhas orelhas
me lembrou de que eu estava em um funeral. Foi apenas quando os discursos
acabaram que eu finalmente fui capaz de levantar minha cabeça. Uma pequena
reunião de pessoas mais composta por parentes que eu nem mesmo sabia que eram
meus parentes se reuniram ao redor de um pequeno e simples túmulo. Por um
momento, tudo o que eu ouvi foi o som das gotas de chuva nos guarda-chuvas. Se
não estivesse chovendo, tudo provavelmente estaria em um pesado silêncio. Eu
olhei para trás de mim, onde meu pai estava parado e segurando um grande
guarda-chuva preto para nossa pequena família de três. Sua face estava sem
emoção, uma estranha visão ao lado da minha mãe chorosa. Eu imaginei o que
estava acontecendo em sua mente. Depois de tudo, gravado na lápide levemente
cinza em nossa frente estava o nome de seu pai. Meu avô, aquele que cuidou de
mim como sua própria filha, faleceu aquele dia. A cerimônia foi pequena; apenas
família íntima foi permitida vir. Lentamente, aliás, as pessoas começaram a ir
embora, deixando meu pai, mãe, e eu para trás no túmulo. Um homem vestido em um
limpo terno preto debaixo do uniforme guarda-chuva preto dos participantes do
funeral andou em nossa direção, introduzindo ele mesmo como o advogado do meu
avô. Ele tirou alguns poucos documentos de sua pasta, e começou a ler em voz
alta seu conteúdo.
Advogado:
E agora, eu devo ler o último desejo e testamento de Harold Anderson...
Você: Apenas
meus pais e eu foram permitidos estar presentes para o desejo de meu avô. Foi
sob o pedido estrito de seu advogado. E tinha uma razão por que.
Advogado:
... E para minha querida neta, eu dou minha propriedade. Todos os móveis e
decoração que residem na casa também devem ser dados à minha neta.
Você:
... O quê?
Você: Eu
não podia acreditar em meus ouvidos. Eu herdei a propriedade da família? Aos
18? Aquilo era impossível, e ainda foi escrito pela mão do meu próprio avô...
Sr.
Anderson: Ele passou a propriedade de família a ela... Por que não estou
surpreso?
Sra.
Anderson: Querido...
Sr.
Anderson: Bem, ele disse alguma coisa sobre o que será da posição de CEO e
presidente da Companhia de Brinquedos Anderson?
Advogado:
Não. É presumido que o Vice-Presidente sucederá a posição.
Sr.
Anderson: Heh... Até mesmo no amargo fim
ele não iria desistir. Que velho teimoso.
Você: Balançando
sua cabeça, meu pai virou para encarar minha mãe com uma expressão séria em sua
face.
Sr.
Anderson: Sobre essa propriedade... Nós devemos mandá-la até lá para se
acostumar com o edifício? Será um bom lugar para ela viver depois do colégio.
Sra.
Anderson: Você tem certeza de que nós devemos?
Sr.
Anderson: Por que não? Isso será uma boa experiência para ela.
Sra.
Anderson: Querida, o que você acha?
Você:
...
Você: Eu
realmente não tinha certeza do que dizer. Por que meu avô pensou que eu era a
herdeira apropriada para a mansão? Eu estava realmente pronta para viver por
mim mesma?
Sr.
Anderson: Bem, parece que é isso. Nós vamos embora, agora. Eu tenho certeza de
que a pequena herdeira precisa de algum tempo para se acostumar.
Sra.
Anderson: David...!
Você: Mesmo
que ela elevou sua voz, meu pai em silêncio começou a andar de volta ao carro,
desinteressado.
Sra.
Anderson: Não ligue para ele, querida. Eu acho que a morte de seu avô realmente
o afetou. Por que nós não voltamos para casa por enquanto?
Você:
Você pode ir à frente, Mãe. Eu acho que preciso de um tempo sozinha com o
vovô...
Sra.
Anderson: Oh, claro! Leve todo o tempo que precisar.
Você: Ela
me deu um rápido abraço e se apressou atrás de meu pai. Eu olhei ao redor do
terreno do funeral, cujo estava completamente vazio, com exceção do túmulo
soturno que estava à minha frente.
Você:
Eu tenho certeza que se vovô estivesse encarregado de organizar tudo disso,
isso teria sido muito diferente.
Você: Isso
era descaradamente óbvio que meu pai estava encarregado do evento inteiro. Quem
mais enterraria sua própria família no mesmo dia que eles faleceram? Todos
sabiam do amor do meu avô por brinquedos, e ainda assim o túmulo era uma mera
pedra posta no chão, vazia de qualquer brinquedo de criança. Meu pai não se
importou nem em colocar flores... Seu desdém pelo meu avô era quase
lamentável...
Você:
Desculpe, Vovô...
Você: Eu
tentei forçar algumas palavras, mas a única coisa que saiu foi um soluço
engasgado.
Você:
Você me disse para ser forte... Mas, bem agora, eu sou a mais distante disso.
Como aquela vez, há muito tempo atrás...
(Hora
das lembranças)
Você:
Vovô!
Avô:
Oh, é tão bom ver você novamente, querida.
Você: Eu
fui pega num abraço de urso gigante, e nós dois rimos enquanto ele me balançava
ao redor como um avião. Era uma das minhas coisas favoritas sobre ver meu avô;
o jeito que ele me cumprimentava. Diferente do meu pai, meu avô era amável e
brincalhão, mesmo comigo ficando mais velha.
Você:
Desculpa que Papai não possa estar aqui hoje. Ele disse que não estava se
sentindo muito bem de novo...
Você: Isso
sempre foi assim. Papai perdia cada visita até a casa do vovô, dizendo que ele
estava ocupado com o trabalho ou que não estava se sentindo bem.
Avô: É
isso então... Bem, está tudo bem. Papai pode vir da próxima vez. E você está
aqui, certo?
Você:
Mm, sim! Então o que nós vamos fazer hoje, Vovô? Mamãe diz que tem um novo café
de sobremesa aberto na cidade. Talvez nós possamos ir?
Avô:
Oh, eu amaria, mas eu tenho estado tão ocupado com a companhia esses dias. Nós
na verdade estamos trabalhando numa pequena coisa... Você gostaria de ver?
Você:
Sim! Ooh, isso é um brinquedo?
Avô: É
sim. Eu estava planejando uma nova linha deles, mas eu sinto que algo está
faltando... Você não acha que poderia me ajudar, poderia?
Você:
Claro!
Você: Ele
colocou o brinquedo em minhas mãos com um sorriso, e eu inspecionei-o
cuidadosamente. Ele era lindamente construído, e obviamente muito trabalho foi
posto nele. Tinha uma coisa, embora...
Avô:
Então, o que você acha?
Você:
Hmm... Eu acho que o coração em seu peito deveria acender quando você o abraça.
Vai parecer que está vivo, e ele pode ser como uma pequena luz noturna antes de
você dormir!
Você: Ele
massageou seu queixo, considerando minha sugestão enquanto assentia com sua
cabeça. Depois de poucos momentos de deliberação silenciosa ele virou pra mim
com uma risada.
Avô:
... Essa é uma ótima ideia! Eu vou mudá-lo imediatamente. Você é sempre como
meu pequeno amuleto da sorte, querida. Você sempre sabe o que adicionar para
fazer o brinquedo perfeito.
Você:
Ahaha! Bem, eu espero que eu possa ser como você um dia, Vovô.
Avô.
Você quer fazer brinquedos também?
Você:
Mmm, bem, fazer as pessoas felizes é o melhor sentimento do mundo. Eu não sei se eu quero fazer brinquedos
quando crescer, entretanto.
Avô:
Não se preocupe tanto sobre isso. Você tem muito tempo para decidir. Além
disso, você deveria fazer o que te faz feliz também.
Você:
Isso faz sentido. Papai não pensa nisso do mesmo jeito, embora...
Avô:
Seu pai... Eu tenho certeza que ele apenas quer o melhor para você.
Você:
Eu não tenho tanta certeza sobre isso.
Avô:
Querida, olhe para mim.
Você: Ele
se ajoelhou para me olhar no mesmo nível, com uma expressão séria no rosto.
Avô:
Por mais que seu pai diga algo que não faz sentido agora, você deve lembrar que
ele está sempre pensando sobre você. Ele te ama. Não há dúvida sobre isso. E
você precisa amá-lo igualmente.
Você:
Eu não odeio o Papai. Eu realmente o amo... Eu não sei por que ele está assim,
entretanto.
Avô:
... Seu pai e eu tivemos algumas dificuldades com o outro no passado. Mas não é
nada que você deveria se preocupar.
Você: Eu
ouvi alguns pedaços disso da minha mãe e várias outras pessoas. As únicas
pessoas que se mantiveram quietas foram meu pai e meu avô - ambos absteram-se
de falar uma palavra sobre o assunto, mas era claro que o que quer que
aconteceu pôs uma parede entre eles.
Você:
É difícil, mesmo assim. Tentando fingir como se nada estivesse errado.
Avô:
Contudo, não importa o quê, você precisa ser forte. Você já é uma garota, e,
bem, chegará o dia quando parecerá que é você contra o mundo. Mas sempre lembre
que sua família e amigos estarão lá com você. Papai, Mamãe, suas amigas do
colégio, eu... Nós ficaremos juntos para atravessar isso.
Você:
... Como você pode ter tanta certeza disso?
Avô:
Porque nós estaremos bem aqui... E aqui.
Você: Ele
apontou seu dedo para minha cabeça, primeiro, e então apontou para meu peito.
Avô:
Então seja forte... Promete?
Você: Por
um momento ele pareceu quase triste, implorando. Mas tão rapidamente quanto
veio, a expressão desapareceu de sua face, e ele estava todo sorrisos mais uma
vez.
Você:
Prometo.
Você: Ouvindo
isso, Vovô soltou uma grande gargalhada e levantou.
Avô:
Certo então, chega disso. Que tal eu lhe alegrar com uma sobremesa especial
feita à mão? Eu sei que não posso acompanhá-la a esse novo café, mas nós com
certeza podemos conversar e comer enquanto eu cozinho e faço a papelada.
Você:
Sobremesa feita à mão? Eu vou te passar na corrida até a cozinha!
Avô:
Ei, vá devagar. Eu não sou mais como antes, hahaha...
(Fim
das lembranças)
Você:
Você me deixou a casa em que eu te amava ver... Por quê? Por que você pensaria
eu estaria pronta para tê-la? Especialmente depois disso...?
Você: Uma
onda de raiva borbulhou em mim, mas eu rapidamente a engoli. Não adiantava nada
ficar com raiva, especialmente quando a pessoa em questão não estava mais aqui.
Você:
Eu sinto muito. É difícil ficar calma quando você me deixou com tantas
perguntas. Especialmente sobre o que aconteceu entre você e papai... Ha... O
que eu estou fazendo? Conversando com um túmulo...
Você: Minha
visão ficou turva, e de repente eu percebi que estava chorando. Meu rosto
esquentou enquanto as lágrimas rolavam pelas minhas bochechas.
Você:
Eu vou trazer algumas flores para você mais tarde. Eu... Eu sinto sua falta,
Vovô... Eu tentarei meu melhor para cumprir minha promessa que lhe dei, mesmo
se o mundo for virado contra mim.
Você: Eu
deixei o túmulo, limpando minhas lágrimas apressadamente para que assim meus
pais não vissem.
(No
carro...)
Sra.
Anderson: Bem, é hora de voltar para casa. Eu vou cozinhar sua lasanha favorita
quando chegarmos em casa, okay?
Você:
Obrigada, Mãe...
Você: Entretanto,
meu pai não falou nada o caminho inteiro para casa. Eu queria conversar com
ele, mas depois de seu momento no funeral, eu não tinha certeza se era uma boa
ideia...
Sr.
Anderson: Já era hora de tirarmos essas lúgubres roupas pretas.
Você: Juntando
minha coragem, eu decidi então que era hora de conversar.
Você:
... Pai, posso te perguntar uma coisa?
Sr.
Anderson: Vá em frente.
Você:
Por que você queria que eu me mudasse para a propriedade tão cedo?
Sr.
Anderson: Eu pensei que tinha sido claro. A faculdade perto da casa de seu avô
é bem conhecida por seu programa de negócios. Você ESTÁ planejando se formar em
negócios, sim?
Você:
...
Sr.
Anderson: Logo após você graduar do colégio, você apenas viverá lá e pode
facilmente ir e voltar do colégio. É perfeito para você.
Você:
Mas... É tão repentino. Você apenas decidiu tão rápido bem depois do funeral.
Sr.
Anderson: Não seja tão sensível. Se você está assim no mundo real, você será
destruída.
Você:
Eu apenas estou dizendo que talvez nós possamos falar um pouco mais sobre meu
futuro.
Você: Em
resposta, meu pai massageou suas têmporas e suspirou quietamente.
Sr.
Anderson: Depois de você graduar da faculdade, você trabalhará nos Brinquedos
da Família Anderson. Eu tenho conexões, desde que eu sou parte do conselho
administrativo, então você terá um lugar garantido. Isso é sobre o que nós
falamos antes, sim?
Você:
Mas... E se...
Sr.
Anderson: Pare de resmungar.
Você:
Mas e se eu não quiser trabalhar lá?
Sr.
Anderson: Não seja boba. É a companhia da família. Nossa companhia. Eu
não vou apenas entregá-la a algum Vice-Presidente incompetente.
Você
...
Você: Ele
se aproximou de mim e sua face suavizou.
Sr.
Anderson: Olhe, isso é tudo para o melhor, okay? Você pode não saber disso
agora, mas irá apreciar depois.
Você: Por
alguma razão, quando eu ouvi-o dizer isso, alguma coisa quebrou em mim. Eu não
tinha muita certeza do que era... Mas isso fez me sentir tão brava...
Você:
... Você ao menos se importa com a morte do vovô?
Sr.
Anderson: Claro que sim.
Você:
Bem, tudo parece legal e elegante para você. As coisas não poderiam estar
melhores.
Sr.
Anderson: Com licença? Eu não gosto do seu tom, jovenzinha.
Você:
É como se nada tivesse acontecido. Como você apenas ignorou o fato que ele não
está mais aqui!
Sr.
Anderson: NÃO eleve sua voz para mim!
Você:
O que ele te fez para merecer isso?
Você: Meu
pai, sua face mais dura, cruzou os braços e explodiu numa risada raivosa.
Sr. Anderson:
Ha! Você com certeza o pôs num pedestal. Como se ele fosse algum tipo de deus
venerado ou algo assim. Isso me enoja.
Você:
É isso? Você tá feliz vendo o Vovô morto? Enquanto todo mundo estava de luto,
você estava se segurando para não rir na cara de todos? Você se sentiu um
pouquinho feliz vendo-o deitado no cemitério?!
Você: Um
lampejo de raiva atravessou seu rosto, e ele bateu as costas de sua mão contra
minha bochecha.
Sr.
Anderson: Você não sabe NADA! Abrindo sua boca como de algum jeito você soubesse
de tudo que aconteceu, quando você é apenas uma garotinha que não sabe como
ficar calada! Você NÃO conhecia meu pai! Você não sabia do que ele era capaz!
Você:
...
Sra.
Anderson: Está tudo bem? O que aconteceu?
Você:
... Nada. Eu não estou com fome. Eu acho que vou apenas subir.
Sra.
Anderson: Q-Querida? Espere!
Você: Eu
rapidamente virei e corri pelas escadas até o meu quarto, batendo a porta atrás
de mim. Minha respiração veio em curtos suspiros, e por um momento eu apenas me
apoiei na porta do meu quarto, eventualmente escorregando para sentar contra
ela.
Você:
Como as coisas ficaram assim?
Você: Minha
bochecha ainda doía, e eu tentativamente levantei e olhei para o espelho para
examiná-la.
Você:
Espero que não tenha ferido... Hah, o que eu estou dizendo...?
Você: Lágrimas
se formaram nos cantos de meus olhos, mas eu pisquei-as de volta rapidamente.
Eu não poderia chorar pela segunda vez hoje... Eu tenho que ser mais forte do
que isso...
Sra.
Anderson: Você está bem? Seu pai me disse que nada aconteceu, mas você conhece
seu pai...
Você:
Estou bem. Eu apenas perdi meu apetite.
Sra.
Anderson: A lasanha está pronta, enfim! E eu não quero você pulando refeições.
Você tem certeza?
Você:
Sim. Não se preocupe comigo, Mãe. Eu descerei mais tarde para comer.
Sra.
Anderson: ... Você não está me contando a história toda.
Você:
E-Eu só não quero comer agora.
Sra.
Anderson: Por favor, querida... Diga-me o que está acontecendo. Eu desejo que
você me conte por que você está sendo assim...
Você:
...
Você: Eu
queria dizer a ela. Uma parte de mim estava gritando para dizê-la o que Papai
fez. Ao mesmo tempo, eu sabia que ela não poderia consertar nada. Aliás, eu
estava me mudando independentemente. Eu permaneci silenciosa, deixando o evento
ficar no passado.
Sra.
Anderson: Bem... Eu vou deixar sua comida na mesa se você quiser comê-la
depois.
Você: Finalmente
minha mãe me deixou sozinha. Era estranho pensar que ela estava a poucos
centímetros longe de mim, apenas separada por uma única porta de madeira... Eu
realmente não sabia o que fazer. Eu precisava fazer algo - qualquer coisa -
para tirar minha mente do que acabou de acontecer. Qualquer coisa seria melhor
que pensar mais sobre a dor ainda radiando da minha bochecha. Eu estava indo me
mudar para a casa do meu avô amanhã. Eu deveria provavelmente empacotar minhas
coisas assim eu estaria preparada para amanhã. Sim. Isso era uma boa ideia.
Você:
Eu deveria começar a empacotar.
Você: Eu
abri meu guarda-roupa, vasculhando por um tempo antes de eu finalmente
encontrar duas grandes bolsas. Colocando-as no chão do meu quarto, eu então
comecei a esvaziar minhas gavetas e gabinetes assim eu poderia trazer todas as
minhas coisas comigo. Eu não tinha muito pra levar, com exceção de apenas
roupas e alguns artigos de higiene pessoal. Era meio bizarro que eu não tinha
tantos pertences pessoais. Não era como se minha bagagem era completamente
vazia deles, mas eu certamente não tinha tantas coisas no meu quarto que eu
sentiria falta se eu repentinamente deixasse a casa. Eu balancei minha cabeça
para me livrar desses pensamentos. Se isso fosse ser minha nova casa, ela
deveria parecer como uma. De um jeito ou de outro... Eu iria fazer dela uma
casa. Logo quando eu estava empacotando minhas coisas, meu celular começou a
tocar e vibrar em meu bolso. Eu deslizei meu celular para fora do meu bolso e
atendi enquanto lentamente relaxei na minha cama. Quem poderia possivelmente
estar ligando?
Suzu:
Ei! Anderson! Você tá aí?
Naomi:
Tá tudo bem? Nós estávamos preocupadas com você, então nós decidimos ligar.
Você:
...
Naomi:
Olá?
Você:
Eu realmente estou muito feliz que vocês ligaram.
Você: Minha
voz deu um jeito de sair, mesmo que foi apenas um sussurro.
Naomi:
O que aconteceu? Você tá bem?
Você:
Bem...
Você: Eu
lentamente comecei a dizer a elas sobre o funeral dessa tarde. Um pequeno
silêncio seguiu quando eu terminei de recontar o que aconteceu, e para meu
alívio, Naomi finalmente falou.
Naomi:
Eu não posso nem imaginar como você deve estar se sentindo agora... Eu sinto
tanto. Você quer que a gente vá até aí agora?
Você:
Não, tá okay. Meu pai não tá de bom humor, então... Nós podemos apenas
continuar conversando no celular desse jeito?
Naomi:
Claro! Nós vamos ficar no celular até o raiar do dia, certo, Suzu?
Suzu:
Yeah! Nós sempre estaremos aqui se você precisar. Depois de tudo, nós não
seríamos o incrível Trio Ameaça Tripla sem você, certo?
Você:
... Ahaha, yeah.
Naomi:
Trio Ameaça Tripla? Parece o nome de uma gangue...
Suzu:
Yeah! Quero dizer, nós todas vamos dominar o mundo juntas! Nós temos que soar
alguma coisa assustadora, ou ninguém vai nos levar a sério.
Naomi:
O que há com você e nomeando coisas?
Suzu:
Você tem que intensificar seu jogo, Naomi. Caindo atrás das garotas legais como
Anderson e eu, tsk tsk.
Naomi:
Ei! Eu sou uma garota legal! Se alguma coisa, eu diria que você teria que
intensificar seu jogo.
Você: Nós
conversamos alegremente sobre todos os tipos de coisas. Bem cedo eu esqueci
sobre os eventos daquele dia e fui comprometida numa conversa sobre o show de
TV favorito da Naomi - um programa chamado Herlock. Nós todas concordamos que o
ator interpretando o personagem principal certamente teve um visual bem
distinto sobre ele, com aquele longo sobretudo e cachecol enrolado ao redor de
seu pescoço. Nós tivemos muitas discussões sobre quem nós pensávamos ser o
personagem mais legal.
Você:
Ahaha, yeah, ele realmente tem maçãs do rosto bem altas. E os olhos dele são
lindos. Mesmo assim, eu tenho que dizer que eu prefiro Jatson. E como bônus o
ator dele é tão atrevido.
Você: Eu
olhei para o relógio pendurado na parede e percebi o quão tarde era.
Você:
Whoa, já são uma da manhã?! Desculpe por manter vocês acordadas até tão
tarde... Eu acho que eu vou cair na cama por hoje. Vejo vocês no colégio
amanhã!
Você: Eu
deveria provavelmente tomar banho e ir pra cama. Eu não posso acreditar que eu
fiquei até essa hora apenas conversando com minhas amigas...
Você:
Mas... Foi realmente legal... Bem, para o banheiro eu vou!
Você: Eu
tomei um banho relaxante; nada derrota água quente e o sentimento de estar
limpa. Depois de me secar, eu prontamente me vesti em meus pijamas e rastejei
pra cama.
Você:
Aah, um bom banho quente depois de um longo dia. Eu estou tão feliz de
finalmente estar na cama.
Você: Foi
realmente um longo dia. Eu sabia que eu estava desejando por algo para
mudar antes na sala de aula, mas eu certamente não estava esperando nada das
coisas que aconteceram hoje.
Você:
E eu ainda tenho que voltar pra escola amanhã... Ugh.
Você: Eu
me encolhi de lado e fortemente enrolei meus lençóis ao me redor. Eu realmente
não estava no clima pra retornar ao colégio, mas meu pai provavelmente me faria
ir só pro bem disso.
Você:
É hora de ir dormir...
Você: Eu
alcancei o abajur na minha cabeceira para desligar as luzes. Entretanto, minha
mente estava não perdida pela morte do meu avô e o pensamento de herdar algo
tão grande que isso assombrou minha mente a noite inteira até a próxima
manhã...
Você:
... Nnn...
Você: Eu
balancei minha cabeça para clarear a sonolência pra longe de mim em vão. Eu
realmente não tive muito sono noite passada.
Você:
Já é hora de acordar? Espera, colégio...
Você: Logo
que eu percebi que eu precisava ir ao colégio, eu escorreguei da cama e olhei
para o espelho de maquiagem.
Você:
... Isso é um alívio.
Você: Com
sorte quase não havia um machucado na minha bochecha - você teria que se
esforçar para na verdade vê-lo. Eu duvido que alguém vá realmente perceber a
menos que eles cheguem bem perto. Soltando um suspiro, eu me vesti, peguei
minha mochila, e subi no ônibus para ir ao colégio.
Esse é o fim da parte 2! Até a próxima, pessoal! :)
Comentários
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Obrigada pelo maravilhoso trabalho!
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