Seduce Me: Matthew (parte 5)

Oi oi, pessoal! Crys-chan voltou com mais Seduce Me! Espero que gostem! 😊


Senti alguém andar ao meu lado, fazendo-me virar. Ao meu lado estava o meu pai, dando seu olhar frio ao Andrew, que ficou tenso de repente.

Sr. Anderson: Então, você é o filho do Jared?

O corpo do Andrew estremeceu de leve. Se foi por medo ou insulto, Andrew encarou o meu pai de volta. Não pude evitar sentir a tensão entre eles. Me irritou o quão frágil o ar se tornou, suficiente pra se quebrar com a palavra errada.

Sr. Anderson: Você é aquele que quer ser o próximo CEO da companhia Anderson?

Andrew: Bem…

Encarei o Andrew. Esse rapaz queria tomar o lugar do meu avô como CEO? Pensei que o Vice-Presidente quisesse a posição…

Sra. Anderson: David, deixe o pobre menino em paz.

Sr. Anderson: Estou simplesmente testando as habilidades de conversa do rapaz. Nada de errado com isso.

Andrew: Claro que não, senhor.

Sr. Anderson: E educação também. Interessante.

Andrew: S-Se vocês me dão licença…

Rapidamente, o Andrew se afastou da minha família até a multidão de pessoas.

—Siga-o. {+Andrew}

—Fique parada.

Observei enquanto ele desapareceu na multidão pros fundos da residência. Estava preocupada, mas dei espaço a ele. Ele obviamente precisava.

Sr. Anderson: Peh. Ele não é material de CEO.

Sra. Anderson: Porque você praticamente interrogou o jovem rapaz.

Sr. Anderson: Um pequeno questionamento não deveria deixá-lo incomodado. Ele obviamente não está pronto para nenhum título em nossa empresa.

Mordi minha língua. Não queria fazer um barraco com o meu pai. Uma palavra errada e ele me daria uma lição na frente de todos. Aquilo NÃO era algo que queria pra minha festa de inauguração. Soltei um suspiro antes de olhar pro relógio. Estava chegando perto da meia-noite, significando que a festa terminaria em breve. Abaixei meu olhar pra fora da janela e vi uma limusine aparecer.

Mika: Hein? De quem é aquela limusine?

Sr. Anderson: Hmm? Ah. Deve ser o carro do Lewis.

Sra. Anderson: Eu irei buscá-lo. Fique com o seu pai para acompanhar a saída de seus convidados juntos.

Mika: Sim, mamãe.

Minha mãe deixou meu pai e eu para acompanhar os convidados pra fora. Meu pai manteve seu sorriso simples enquanto agradecia cada pessoa por ter comparecido. Eu fiz o mesmo. Andrew passou pelas portas antes que eu pudesse falar. Eventualmente, somente a Suzu, a Naomi, os meus pais e os íncubos permaneceram. Meu pai se aproximou e colocou uma mão no meu ombro com um sorriso. Encarei-o, uma onda de confusão molhando minha face.

Mika: Quê?

Sr. Anderson: Você fez bem esta noite. Estou orgulhoso.

Mika: A-Ah!… Obrigada, papai.

Sr. Anderson: Continue assim e você será uma ótima CEO.

Mika: Ah… certo.

Sr. Anderson: Certo. Sua mãe e eu precisamos ir. Tenho certeza de que a Naomi e a Suzu precisam sair também. Só porque é sábado não significa que você deva ficar acordada a noite inteira.

Mika: A-Ah! Sim!

Naomi: Obrigada por nos receber! Foi uma ótima festa.

Suzu: Nós vamos te visitar amanhã ou coisa assim, né?

Mika: Claro. Até mais!

Sra. Boa noite, querida. Venha nos visitar logo.

Mika: Vou, sim.

Todos os quatro convidados restantes deixaram o lugar, e todos exceto o meu pai acenaram de volta pra mim. Com o último dos convidados fora, eu suspirei e sentei na escadaria, exausta.

Mika: Ufa… Isso foi cansativo…

Sam: Mas não é como se você tivesse feito algum trabalho.

Matthew: Dá uma folga pra ela, cara. Ela estava sendo interrogada por todo lado!

Damien: Ela lidou com isso o melhor que pôde.

Erik: Como esperado, princesa.

James: Já que você está exausta, por que não vamos para a cama? Podemos limpar tudo.

Sam: Ughhhhh~!!!

Erik: Silêncio, Sam.

Mika: Vocês têm certeza?

Matthew: Positivo. Não deve demorar!

???: Oh-ho-ho~ Não demorou para encontrar vocês merdinhas, afinal~!

Senti um quente arrepio correr pela minha coluna. A voz dos meus sonhos ecoou pelo ar até minhas orelhas. Olhei ao redor, em pânico, ao lado dos íncubos. James colocou uma mão no meu ombro, tentando manter a calma.

James: Não se preocupe. Ninguém vai te machucar.

???: Tem certeza? Tem certeza MESMO?

Todos viramos nossas cabeças para as portas, finalmente encontrando a direção da voz. As portas se abriram, revelando uma visão que eu NUNCA esperava ver. Pele vermelha igual sangue, olhos pretos e dourados perfurando os meus, roupas esfarrapadas e uma pistola na mão; eu vi um monstro. Cobri minha boca pra não gritar com aquela imagem. Sangue seco cobria a bandana ao redor do pescoço dele enquanto ele sorria de cantinho pra mim e pros rapazes ao meu redor. Ao lado do homem de pele vermelha estava uma mulher de aparência semelhante e com roupas de bandido combinando.

???: Awww, qual é o problema, manos? Vocês não pensaram mesmo que eu não iria encontrar vocês, né?

Sam: Esperei que encontraria, seu pedaço de—

De repente, o homem levantou sua arma pro rosto do Sam e puxou o gatilho. Nós engasgamos em choque, esperando ver uma bala atravessar o rosto do Sam… mas…

???: Qu… Que porra?!

Sam: O-O qu…

O que deveria ter sido um tiro na cabeça terminou com um som alto, mas vazio. A pistola ecoou seus tiros vazios enquanto o homem ficava mais e mais furioso, puxando o gatilho de novo e de novo. Felizmente pros meus ouvidos, ela ficou silenciosa depois do primeiro tiro.

???: Por que diabos você não funciona?!

Damien: Esse lugar está protegido.

???: O que foi que tu falou, pivete?!

Damien: Esse lugar tem um selo, protegendo-o da magia do Inferno.

???: Que merda isso significa?!

O homem rugiu e atirou sua arma no Sam, que foi capaz de desviar a tempo. A pistola quicou no chão duas vezes antes de deslizar pra mais longe, atingindo a parede numa parada final. Assim que parou de se mover, a arma tornou-se uma chama negra que desapareceu no ar.

Matthew: O dono anterior teve esse lugar protegido por magia, Malix.

Malix. Aquele era seu nome. Sua existência ressoou na minha memória do sonho que eu tive. Entretanto, olhei pro Matthew na mesma confusão que o Malix.

Mika: Esse lugar está protegido por… magia?

James: Parece que o seu avô arranjou algum tipo de barreira protetora ao redor desta residência. Pelo visto, ela somente desativa a magia do Inferno.

A cara do Malix mudou pra raiva extrema, seu punho apertando como se ele estivesse destruindo uma bola de estresse.

Malix: Então, o que está me impedindo de CARREGAR SUAS BUNDAS PRA FORA E ATIRAR EM VOCÊS, ENTÃO?!

Por puro instinto, passei à frente e me coloquei entre o Malix e os rapazes. Sem nenhum poder, o Malix não iria brigar. Aproveitei a chance pra encará-lo ao invés de ser a moça indefesa que fui naquele sonho.

—Deixe-os em paz.

—Saia da minha casa.

—Vai se foder!

Malix repentinamente riu selvagemente, encarando-me em descrença.

Malix: Hahahahaha!! Opa, opa! Quem deixou a vadia sair da gaiola?! O que é isso, um harém reverso ou uma merda dessas?! Hahahahahaha!!!

Malix sorriu pra mim maldosamente, chegando mais perto de mim.

—O QUÊ?!

—NÃO POSSO—

—CORRA!

—DESVIE! {Melhor}

Desviei por baixo da mão do Malix. Encarei sua mão e sua tatuagem de chama negra em surpresa enquanto dava dois passos pra longe do Malix. O Matthew e o Damien pisaram na minha frente, protegendo-me do Malix com seus braços.

Malix: Hehehe. Ela é rápida! Estou gostando de você mais e mais!

Matthew: Afaste-se, Malix!

Malix: Não comece a agir durão, seu demônio patético. Você precisa de mais proteção do que ela~

Matthew: Cala a boca!!

Malix: Awww, eu fiz o pequeno Matthew chorar? Por que você só não VIRA HOMEM?!

Matthew: Grrr!!

???: Já chega, Malix.

A mulher, que estava parada em silêncio esse tempo todo, plantou uma mão firme no ombro de Malix. Malix olhou para ela com um rosnado e um olhar que poderia matar.

Malix: Desde quando você tem coragem pra falar quando quer?!

???: Nós dois sabemos que você nunca me controlou. Eu quero vê-los mortos tanto quanto você quer, mas agora não é a hora.

Malix: Vai se foder. Eu sei o que tô fazendo.

???: Sabe mesmo? Mesmo se você lutasse contra eles, são cinco contra dois. Nós nunca venceríamos.

Malix: CALA A BOCA!

???: VAMOS EMBORA, MALIX! ESTAMOS DESPERDIÇANDO O NOSSO TEMPO!

Os dois rosnaram um pro outro. Se pudessem usar sua magia, eu poderia sentir que fogo brilhava debaixo de seus dentes. Malix resmungou e encarou os rapazes. Ele apontou para James, querendo muito usar os seus dedos como uma faca.

Malix: Apenas esperem, playboys. Vamos pegar e acabar com vocês MUITO bem. AHAHAHAHA!!

Então, Malix se virou pra mim, movendo seu dedo para apontar diretamente entre os meus olhos.

Malix: E não pense que você tá segura. Mm-mm… Venha pra fora. Eu quero VER! HAHAHAHHAHAHAHHAHAHA!!!

Com isso, o Malix e a mulher saíram da mansão. As portas se fecharam atrás deles, deixando os rapazes e eu sozinhos mais uma vez. Senti meus joelhos fraquejaram debaixo de mim, forçando os rapazes a se virarem pra me pegar.

Sam: Opa, opa! Você tá bem??

Mika: S-sim… por que ele estava aqui??

Damien: Ele estava nos seguindo de perto… Nossa trilha de sangue lá da floresta deve tê-lo trazido aqui.

Matthew: Grr… Nós deveríamos tê-lo impedido e terminado isso aqui…

Sam: Dessa vez, Matthew, concordo com você.

Levantei e esfreguei meus braços, sentindo os arrepios que o Malix deixou pra trás em mim. Não podia parar de tremer de medo pelas suas palavras.

Mika: Malix… ele era… um demônio?

Sam: Aquele filho da puta não é um demônio. Ele é um diabo.

Mika: Um diabo? Tem diferença?

Erik: Sim. Demônios vêm de um diferente plano de existência chamado de Planícies Abissais. Mas os Diabos vêm de um dos sete círculos de um lugar que os humanos conhecem como o Inferno. Mesmo que não sejamos humanos, somos criaturas muito diferentes.

Sam: Nós, na verdade, temos cérebros, pra começar. Diabos sempre gostam de causar problemas e tentar matar ou torturar os outros pro seu próprio prazer. Demônios como nós sabem quando usar nossos poderes e quando não usar. Não somos estúpidos.

Matthew: Os Diabos seguem ordens dos superiores na sua ordem e seu poder só vem da sua conexão com o Inferno. Os Demônios têm livre arbítrio e não precisam de onde vieram para usar os seus poderes.

Era tudo tão confuso. Demônios, diabos e magia existiam e acabei aterrissando no meio disso tudo.

Mika: O que fazemos…?

Damien: Você está segura. Foi protegida também.

Mika: O quê?

Matthew: O que o Damien está dizendo é que a magia que protege esse lugar também protege você.

James: Seu avô deve tê-la conjurado quando você o viu pela última vez ou algo dessa natureza. Nós podemos sentir sua aura ao redor do seu corpo.

Damien: …

Não conseguia acreditar nos meus ouvidos. Aquele era o terceiro dia de surpresas e este levou o bolo por ser o mais surpreendente. Senti minha cabeça rodar mais uma vez. No que eu me meti…?

James: Senhorita, por favor, não se preocupe. Nós encontraremos um jeito de treinar e ficarmos mais fortes para finalmente terminar essa disputa.

Sam: Grrr, quero chutar a bunda dele agora MESMO.

Erik: Até então, nós protegeremos você o quanto pudermos. Se o Malix voltar, nós estaremos aqui para você.

Mika: Mas e sair lá fora? Ele não vai…?

Matthew: Como nós dissemos, você tem um feitiço de proteção em si própria. Mesmo se o Malix te atacar, ele não vai ser capaz de usar a magia dele em você. Ele vai ser igual a qualquer outro humano contra o qual você pode lutar.

Sam: Você não disse que sabia taekwondo?

Mika: Bom, sim.

Senti-me aliviada que estava segura do Malix. Mas não podia evitar me sentir muito nervosa e apreensiva sobre o futuro. Os rapazes estavam seguros aqui para treinar e ficar mais fortes, mas e se o Malix fizesse o mesmo? Ainda mais, estava perdida sobre como o meu avô sabia sobre essa magia. Eu tinha que descobrir. Pelo menos, eu tinha tempo. Fui pra cama naquela noite me sentindo nervosa. Apesar das palavras dos íncubos, me senti um alvo para algo que nunca seria capaz de explicar ou provar. Magia? Diabos? Demônios? Como isso tudo aconteceu? Deveria me intrometer nessa situação?

Mika: Eles só vão ficar até eles derrotarem o Malix…

É isso mesmo… Eles disseram que só ficariam até depois de derrotarem o Malix. Depois disso, minha vida poderia voltar ao normal… Insanidade temporária, como a K diria… A questão então, será que eu QUERIA deixá-los ir embora? Se minha vida voltasse ao normal, então teria que cuidar da casa totalmente sozinha. Teria que me concentrar na minha vida ao invés de ser distraída pelos rapazes. Eu precisava.

Mika: Minha vida…

Aonde minha vida estava indo, de qualquer jeito? Estava sob pressão dos meus pais com apenas as minhas amigas e os rapazes para me consolar. Sem os rapazes, não teria como me esconder das minhas “responsabilidades”…

Mika: Já basta. Vamos dormir e lidar com o amanhã quando ele chegar.

Derrotando meu senso de pensamento, me forcei a dormir, sem certeza do que o amanhã planejou pra mim. Espero que, o que seja que o futuro tinha para mim, estaria pronta pra isso.

???: Eu prometo estar com você para sempre…

???: Você é tão importante para mim…

???: Prometo que darei minha vida pra você.

???: Por favor, deixe-me te amar.

???: Estarei ao seu lado. Sempre.

???: Não posso imaginar viver sem você!

???: Quero ficar com você.

???: Eu te amo.

Abri meus olhos, deixando as vozes do meu sonho ecoar na minha cabeça e me forçar a acordar. Esfreguei meus olhos antes de me sentar e olhar pro meu relógio.

Mika: Sete da manhã… Por que acordei tão cedo…?

Eu me joguei na cama e fechei meus olhos, tentando voltar a dormir. Mas alguma coisa me manteve acordada. Por quê?

Mika: É cedo demais até pra estar viva…

Desisti e me levantei, encarando a lareira na frente da minha cama. Um suspiro escapou pelos meus lábios antes de jogar minhas pernas pro lado da cama. O que fazer às sete da manhã…

—Fazer um pouco de café.

—Resolver as tarefas do colégio. {+Ordem}

—Explorar a casa. {+Caos}

Decidi que era uma boa ideia perambular pela residência. Nunca explorei muito quando era criança, então deve haver algumas surpresas.

Mika: Opa. Venham, meus pés. Vamos sair numa aventura.

Eu levantei e saí do meu quarto, esperando que os rapazes ainda estivessem dormindo. Comecei a perambular pelos corredores nos fundos da casa, abrindo cada porta pra descobrir pra qual cômodo cada porta levava. Rapidamente, encontrei um velho escritório. Uma mesa e cadeira estavam posicionadas do lado mais distante enquanto uma grande estante de documentos e memorabilia cobria seus cantos e recantos. Havia duas fotos minhas espreitando de uma prateleira enquanto caminhava pra dentro do quarto.

Mika: Não acredito se estive aqui antes…

Tentei relembrar memórias de já ter visto esse cômodo, mas nenhum resultado. Esse cômodo era novo para mim. Queria mexer nos móveis?

Mika: Estou curiosa…

Gentilmente abri as prateleiras e quaisquer gavetas que vi naquele cômodo. Em duas delas haviam livros e até mesmo kits de costura. Assumi que foram usados pros brinquedos do meu avô, então deixei lá. Mas uma gaveta estava trancada, não importava quantas vezes eu puxava.

Mika: Grrrr! Vamos lá! Abra!!

Nada. Ela não iria se mover. A gaveta ao lado dessa, entretanto, se moveu, revelando um laptop.

Mika: Por que tem um laptop numa gaveta…?

Levantei-o da gaveta e o carreguei até em cima da mesa e cadeira, abrindo-o. Era um laptop tecnológico com um escâner de retina como senha. Não tinha certeza se tentaria destravar ou não.

—Tente. {+Caos}

—Não tente. {+Ordem}

Resolvi tentar. Liguei o computador e aproximei meu rosto perto do escâner de retina, alinhando a câmera com meu olho. Pra minha surpresa, ouvi um ping do computador antes da tela abrir na área de trabalho.

Mika: Ah. Olhe pra isso.

Na área de trabalho havia documentos e pastas, tituladas com diferentes aspectos da companhia Anderson. ‘Taxas’, ‘Lucros’, ‘Estatutos sociais’, ‘Produtos’; a lista continuava mais e mais. Se eu realmente quisesse me tornar a próxima CEO da Companhia de Brinquedos Anderson, tinha tudo isso na ponta dos dedos…

Mika: O papai com certeza ficaria impressionado…

Mas um ícone era diferente do resto.

Mika: “Vorago”?

Cliquei duas vezes no ícone, mas nenhuma janela apareceu. Ao invés disso, ouvi um grande clique sair da gaveta que estava trancada.

Mika: Mas o quê…?

Lentamente me levantei do meu assento e andei até a gaveta, tentando abri-la novamente. Ela abriu sem problemas, revelando dois livros. Um era um diário preto e liso com um laço pra mantê-lo fechado. O outro era amarrado em couro com símbolos enigmáticos por toda a capa. Peguei o diário e folheei-o, vendo as notas do meu avô. Elas eram todas detalhadas explicações e opiniões em suas descobertas sobre a magia demoníaca.

Mika: Ele realmente sabia sobre magia…

Sentei à mesa e folheei mais o diário, encontrando desenhos e rascunhos de símbolos e círculos mágicos, um deles com seus próprios diferentes significados e efeitos. Era tudo fascinante. Havia até mesmo uma página de feitiços importantes para saber. Eu li, tentando memorizá-los na minha mente. Não sei o que deu em mim, mas comecei a me sentir mais energética e mais poderosa simplesmente ao ler as notas do meu avô. Fiquei repentinamente consciente da energia que cercava o meu corpo e o poder que estava ao redor da casa. Quanto mais eu lia, mais poderosa me tornava. Entretanto, minha mente repentinamente congelou e me encontrei voltando à gaveta, colocando o livro de volta e fechando a gaveta. A trava resetou e recobrei a consciência.

Mika: Hein? O quê?

Balancei minha cabeça e olhei pra gaveta, percebendo o que tinha feito. Andei pra mesa para reabrir a trava, mas senti a necessidade de parar. Alguma coisa me segurava e não queria me intrometer mais do que já tinha feito. Estava muito curiosa, mas obedeci meus pensamentos. Eventualmente, voltaria e daria uma olhada. Voltei pra cama, sentindo o peso da manhã me arrastar pra debaixo dos cobertores e tentar dormir novamente. Eu tinha energia, mas queria dormir mais. Era domingo e nada estava acontecendo hoje.

Mika: Vamos, olhos… voltem a dormir…

Fechei meus olhos e tentei respirar devagar. Olhei para meu celular para verificar a hora mais uma vez. Era meio-dia, mas parecia que tinha dormido por muito mais tempo.

Mika: …Por que o tempo está passando tão devagar?

Suspirei, me troquei pra roupas normais e saí para o corredor principal e sentei nas escadas. Domingos eram muito entediantes. Mas o som abafado de uma batalha atraiu minha atenção.

Mika: Hein?

Fui até o quintal dos fundos em resposta ao barulho que ouvi. No quintal estavam todos os cinco rapazes, praticando luta. Sam estava no meio com os outros quatro cercando-o e lançando socos e chutes nele. Sam, sendo o mais forte do grupo, bloqueou e desviou cada quase magistralmente.

—Ei!!

—Não os atrapalhe.

Somente observei. Os rapazes estavam no seu próprio mundo, concentrando no treinamento em que estavam. Era melhor não atrapalhá-los. Verifiquei a hora e decidi ir à cozinha. Estava ficando com fome e tenho certeza de que os rapazes vão precisar comer logo, então o almoço era um dever.

Mika: Deveria fazer o almoço de hoje. Faz tempo desde que cozinhei.

O almoço não era muito difícil. Resolvi fazer…

—Pizza.

—Sanduíches frios cortados.

—Arroz e frango simples.

Mika: Tenho que manter a energia e a força deles com proteína.

Levei meu tempo pra fazer peitos de frango quase perfeitos junto com um pouco de arroz. Cozinhar não é difícil, a não ser que você não saiba o que está fazendo. Coloquei a comida na sala de jantar. Mas nenhum dos rapazes estavam lá na hora que trouxe o último prato. Carreguei aquele prato pra entrada principal, vendo os rapazes se separando pra diferentes cômodos da residência. Parte de mim queria ir até um deles em particular. A outra parte queria apenas deixá-los em paz e levar a comida na minha mão pro meu quarto e comer. Talvez eu deva sair hoje enquanto os rapazes se concentram no treinamento.

—Procure um dos íncubos. {+Íncubo}

—Vá para o seu quarto e coma. {+Andrew, +Suzu, +Naomi, +Diana}

Me apressei de volta e peguei um segundo prato antes de caçar um dos rapazes. Olhei cada corredor, tentando encontrar um dos íncubos perambulando para que não precisasse ir em cada quarto procurando-os. Juntei meus lábios em irritação.

Mika: Onde diabos eles estão?

Suspirei, sabendo que teria que procurar por eles em cada cômodo. Me virei e voltei à sala de jantar uma última vez. Quando cheguei, me engasguei. Matthew estava agachado perto do arco da cozinha, espiando dentro dela como se um rato estivesse solto na despensa e ele fosse o exterminador perseguidor.

Mika: Matthew?

Matthew: SHHHH!!!!!

Eu calei minha boca e pressionei meus lábios juntos em silêncio, confusa e assustada pelo motivo que eu tinha que estar quieta. Andei pelas pontas dos pés até o Matthew, que estava agachado na entrada para a cozinha. Seu olhar e sua cabeça moveram-se através da cozinha, ainda tentando encontrar o que estivesse procurando.

Matthew: Ele está ali…

Mika: O quê?

O rosto do Matthew estava seriamente assustado e intenso. Quem estava apavorando-o esse tanto? Minha mente, entretanto, indicou a pessoa na minha conclusão. O Malix. O Malix?! Por que ele voltou e por que estava na minha cozinha?! Comecei a entrar em pânico, lembrando o medo que senti na primeira vez que nos encontramos. Mas não tinha certeza. Onde estavam os outros se era o Malix?

Matthew: Eu o perdi de vista, mas o encontrei e o encurralei ali. Eu sei que ele está ali…

Mika: Quem está ali…?

Matthew: Aquela… macia… coisa assassina…

Macia… coisa… assassina… Eu mordi meu lábio, segurando uma risada. Quando engoli minha risada, soltei um suspiro.

Mika: Você quer dizer seu fofo boneco coelho?

Matthew: É, aquela coisa—espera, não é fofo!

Matthew se arrependeu de não ter sussurrado e cobriu sua boca. Não pude evitar uma risadinha.

Mika: O que ele está fazendo na cozinha?

Matthew se virou pra mim com uma expressão de seriedade máxima. Alguma coisa me disse que a resposta dele seria fofa e engraçada, mas decidi morder minha língua gentilmente para não rir, não importa o quê.

Matthew: Não sei.

Eu falhei em me segurar e comecei a rir novamente. O pensamento de um boneco que apenas ficava sentado me fez rir. O Matthew tentou me calar, balançando seus braços freneticamente para ficar quieta.

Mika: Matthew, o Simon é um boneco! Ele não pode fazer nada.

Matthew: Você NOMEOU ELE?!

Mika: Claro! Simon Tabby. Fofo, não é?

Matthew soltou um tipo de choramingo derrotado antes de virar de volta para a cozinha, tentando encontrar o Simon de onde estava. Coloquei nossa comida na mesa e olhei também.

Mika: Então, qual é o seu plano de ataque?

Matthew: Bem, planejo entrar pela da cozinha o mais silenciosamente possível e não ser esfaqueado.

Mika: Parece simples.

Matthew assentiu em concordância antes de finalmente se mover de seu lugar e andar na ponta dos pés pra dentro da cozinha. Fiquei lá, sem ter certeza se deveria ou não seguir o mesmo caminho.

—Coma e saia daí.

—Junte-se à caçada. {+Matthew}

Não sabia por que estava disposta a isso, mas segui junto. A pequena e aventureira parte de mim estava muito feliz com minha decisão, mas outra parte de mim estava me questionando, perguntando-me por que fiz aquilo. O Matthew lentamente andou pela da cozinha, escaneando os armários e as superfícies com um olhar meticuloso. Era divertido e levemente assustador ver o quão sério ele poderia ficar.

Mika: Todos os seus brinquedos saem de controle assim?

Matthew: Não! É só esse! Não sei porquê, todos os meus outros brinquedos estavam bem.

Mika: Outros brinquedos?

Matthew assentiu, parando sua procura para me olhar.

Matthew: É o que eu faço: criar brinquedos. Eu os fazia pra minha mãe o tempo todo nas Planícies Abissais, pra ajudá-la com a posição dela…

Mika: A posição dela?

Matthew: Ela é a quarta esposa do meu pai biológico. Cada um de nós tem uma mãe diferente e todas elas, com exceção da mãe do Damien, são rainhas. Mas minha mãe odeia compartilhar, então eu a distraía com os brinquedos…

Não sabia o que dizer. Um demônio com múltiplas mulheres parecia natural, mas acho que por ser humana, senti uma pontada de desgosto correr pelas minhas veias. Mas era adorável como o Matthew tentou animar sua mãe com suas habilidades. Fui, então, lembrada do meu avô e de como ele fez brinquedos o tempo todo pras crianças. O poder do Matthew de fazer pequenos brinquedos teria sido tão útil pro meu avô… Balancei minha cabeça e comecei a procurar pelo Simon de novo.

Mika: Vamos continuar procurando pelo Simon.

Matthew assentiu antes de se juntar. Senti como se estivesse numa comédia de mistério, procurando pelo brinquedo de uma criança ao invés de uma arma assassina.

Matthew: Venha pra fora, coisa bizarra…

Mika: O nome dele é Simon…

Matthew ignorou minha declaração e começou a lentamente abrir os armários, examinando minuciosamente o conteúdo de dentro. Decidi seguir, começando do lado oposto da cozinha.

Mika: Matthew, o que faremos se o encontrarmos?

Matthew: Nós enfiamos ele de volta no meu bolso e… err…

Eu olhei pro Matthew, esperando-o terminar a resposta. Mas ele manteve seus olhos no chão, tentando responder minha pergunta e permanecendo em pensamento. Continuei a inspecionar os armários, incerta agora se esse plano iria a algum lugar. Por que eu estava fazendo isso?? Simon Tabby era um—

Matthew: GAHHHH!!

Mika: MAS QUE—?!?!

Matthew e eu escaneamos a cozinha freneticamente, procurando a origem da risada.

Matthew: Eu sabia que aquela coisa era malvada!!

De repente, tudo ficou preto.

Matthew: OPA!!

Mika: Quem desligou as luzes?!

Eu me agarrei no balcão mais próximo, não querendo bater em nada ou cair na escuridão. Não havia janelas, então o cômodo estava quase completamente um breu. Pude ouvir escorregões pelo chão, como um rato se apressando para escapar com o queijo em sua boca. Pulei de medo antes de, repentinamente, ser empurrada para o chão.

Matthew: GAHH— CUIDADO!!

Senti cair no chão com um corpo em cima de mim. Duas mãos foram apoiadas dos lados da minha cabeça no chão de cerâmica, impedindo que a pessoa acima de mim me esmagasse.

Matthew: E-Ei, você está bem??

Mika: Matthew?? É-É! Estou…

Encarei Matthew, deixando a ficha cair. Nós estávamos procurando por um boneco e agora estávamos no chão. O que quebrou meus pensamentos foi um brilho de ouro correndo pelos olhos do Matthew. Pude sentir um calor saindo do corpo dele, mas o ar estava tenso e o corpo dele estava quase trêmulo.

Mika: Matthew, você está bem?

Matthew: E-Eu, err…

Eu o ouvi engolir em seco, respondendo minha pergunta. Ele não estava bem, era óbvio, mas ele não estava se movendo.

Mika: Matthew…?

Matthew: D-Desculpa… Eu… err…

Logo, um brilho dourado cobriu os olhos do Matthew. Esperei sentir um calor em meu corpo pelo feitiço, mas não senti nada. Algo estava errado.

Matthew: Eu… Eu preciso que você… Eu preciso que você me empurre— Eu, err… Eu…

Pelo som da sua voz, ele estava desesperado para se levantar e se afastar de mim. Mas por que ele não conseguia se mover…? Então, caiu a ficha.

Mika: Matthew… você precisa de energia?

Matthew: E-e-eu preciso, mas eu…

Matthew fechou seus olhos pra tentar esconder seu olhar dourado de mim. Ele não queria pegar minha energia? Por quê? Ele tinha vergonha?

—Empurre-o.

—Beije-o. {+Matthew}

Se ele precisava de energia, eu estava disposta a dar. Gentilmente segurei o rosto do Matthew e inclinei sua cabeça pra angular com a minha. Inclinando pra mais perto dele, trouxe meu rosto e lábios aos dele e beijei-o profundamente. Não sabia se iria ajudar, mas foi assim que ele pegou energia antes. Fechei meus olhos, esperando pela sensação de drenagem surgir no meu corpo. O Matthew não se moveu, nem senti a drenagem de energia em mim. Abri meus olhos e vi Matthew encarando de olhos arregalados a mim, mas imóvel. Ele estava inseguro sobre o que fazer e eu tinha silenciado-o na confusão. Eu me afastei e falei.

Mika: Quero te dar um pouco da minha energia. Você usou muito dela e tenho certeza de que a energia que você tirou de mim só foi usada para se curar. Deixa eu te ajudar.

Matthew: E-eu, err… Quero dizer, eu realmente… Eu não…

Mika: Matthew. Se você não quer minha energia, só me fala… mas estou te oferecendo, se você quiser.

De repente, senti aquela familiar sensação de calor correr pelo meu corpo mais uma vez. Senti meu corpo aquecer enquanto o Matthew enlaçou um braço ao redor do meu corpo e puxou meu corpo mais apertado para ele. O Matthew mostrou um olhar lascivo antes de trazer uma mão para enlaçar a parte de trás do meu pescoço. Antes que soubesse, o Matthew me puxou pra um beijo gentil, mas apaixonado. Calor irrompeu pelo meu corpo enquanto o beijo dele lentamente e quase timidamente se tornava mais profundo. O Matthew manteve um braço ao redor da minha cintura enquanto eu descansava minhas mãos em seu peito. A energia do meu corpo estava lentamente sendo drenada no beijo, fazendo-me sentir leve e morna. Era quase patético o quão confortável e quão disposta eu estava nessa situação. Mas não tive arrependimentos. Estava aproveitando cada pedacinho desse beijo. O Matthew estava cheio de surpresas. Apesar de seu lado infantil, ele estava provando ser um homem enquanto me beijava. O Matthew não era agressivo, mas seu beijo era profundo e apaixonado e parecia quase mágico. Era assim que imaginei ser o primeiro beijo, com exceção da drenagem de energia. Logo, entretanto, a drenagem de energia parou e o Matthew gentilmente afastou seu rosto para terminar o beijo. Eu o encarei enquanto nós dois arfávamos por mais ar. Nunca tinha beijado desse jeito antes e estava tão perdida no momento que esqueci de respirar. O Matthew moveu um fio de cabelo do meu rosto pra atrás da minha orelha, os olhos ainda cheios de desejo. Matthew me encarou, sem muita certeza do que falar. Mas percebi que ele estava cheio… e ainda assim ansiando… Podia sentir o aperto de seu feitiço de alteração mental desaparecer, mas ainda me sentia quente. Alguma coisa me disse que eu queria mais, mas ao mesmo tempo, não tinha certeza se queria dar mais.

—Pare.

—Continue. {+Matthew}

Abri a oportunidade e estava aproveitando tanto quanto ele estava. Eu queria mais e iria deixá-lo continuar. Eu QUERIA continuar. Inclinei e beijei-o novamente. O Matthew arfou contra meus lábios, mas continuou a me beijar de volta. Podia senti-lo puxar a ponta do meu laço, soltando-o e seguindo sua mão ao redor do meu pescoço. Ele moveu a fita para seu bolso, e desabotoou os dois primeiros botões da minha blusa. O desejo no meu corpo me deixou insana, forçando um gemido escapar meus lábios enquanto ele corria beijos dos meus lábios para meu pescoço exposto. Enquanto ele começou a violar meu pescoço e ombro em quentes beijos, inclinei minha cabeça para trás e deixei um suspiro prazeroso escapar meus lábios. O Matthew era cruel em seus beijos apaixonados na minha pele. O Matthew não parou de me tocar e me beijar, fazendo mais gemidos e arfadas se apressarem para fora da minha boca ao ar aberto. Ele pode estar cheio, mas estava tão quente quanto eu. Não podia nem mesmo compreender quanto tempo nós gastamos fazendo aquilo. Eu estava perdida no prazer que não me importei. Chame isso de pecado, mas não me importei. Amei aquilo: seu toque, seu beijo, seu calor. Desejei além de tudo naquele momento, até quando ele desceu seus beijos para meu peito bem acima do meu sutiã. Meu coração estava batendo selvagemente no meu peito. Algo no Matthew me intrigava imensamente, mas algo fez meu coração acelerar por ele. Não podia ser amor… mas era muito apaixonado pra ser luxúria… O que era aquilo? Mas comecei a me sentir tonta, vendo o teto começar a girar quase selvagemente. Agarrei os ombros do Matthew, tentando dar um sinal pra parar, mas minha mente escureceu antes que pudesse soltar outro som. Eu me senti bem. Não me importei que estava desmaiada; me senti quente e vaga na escuridão. Nunca sabia que me render a esse tipo de paixão seria tão bom. Agora esperei acordar, num jeito bom.

Esse é o fim da parte 5 da rota do Matthew! Até a próxima! 😚

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