[ADS] To the Edge of the Sky: Capítulo 2 Consequências (Zero)

Oi oi, pessoal! Crys-chan voltou com mais TTEOTS. Vou avisar de novo, não leia se for sensível a temas como saúde mental e similares. Espero que gostem! :)
{Postagem atualizada.}

Estou sentada na lateral da cama, balançando meus pés. Fazem alguns dias desde o incidente ao qual a PHASe simplesmente se refere como a Invasão da KAIROS.
Evren: Hmm... mm... mm...
Eu canto junto de uma doce canção de amor tocando nos meus aums auditivos. Cuidadosamente mantendo minhas emoções em algum lugar no canto. Mantendo minha mente em branco. PHASe trabalha rápido, ninguém pode dizer que não. Qualquer reparo necessário está em andamento, e a KAIROS completamente se retirou do nosso prédio. O sangue e quaisquer corpos estão todos limpos, também. Como se nada nunca tivesse acontecido.
Evren: Vamos ficar aqui...
Eu canto junto suavemente com a música. Eu realmente não vi ninguém da Phantom Alpha desde então... A psiquiatra chefe quem também está encarregada da Phantom Alpha, Dra. Sadik, aparentemente me designou para tirar um tempo de folga. ...sem nem me encontrar. Ela esteve ocupada demais com outros agentes. Agentes como o Cinco. Então, eu só fiquei no meu quarto, dizendo a mim mesma que não estou evitando sair dele. Isso é tudo.
ARO: SÃO 6:50 P.M. POR FAVOR, REPORTE AO ESCRITÓRIO DA DRA. SADIK PARA SUA SESSÃO MARCADA.
Eu distraidamente canto as palavras e me levanto. Quaisquer sentimentos e pensamentos que não processei...
Evren: Vai ficar tudo bem. É hora de ir.
Assentindo para mim mesma, eu agarro meu ARO da cabeceira. Eu forço uma perna na frente da outra e saio do quarto pela primeira vez em dias. No momento que entro no corredor, esbarro em algo branco.
Evren: Oof—!
Eu sinto mãos me firmarem em meu ombro e olho para cima para ver Zero parado lá. Ele imediatamente recua e se afasta de mim.
Zero: Aquilo foi culpa minha. Você está bem?
Vendo um rosto familiar, sinto meu humor instantaneamente se alegrar. Não consigo me impedir de sorrir.
Evren: Estou feliz de ver você.
Zero: Eu acabei de terminar minha sessão com a Dra. Sadik. Ela me pediu para te levar até o escritório dela para a sua.
Evren: Oh? Tenho certeza de que posso encontrar meu caminho.
Zero: Dra. Sadik estava preocupada que você possa estar nervosa...
Zero desconfortavelmente muda seu peso de um pé ao outro, e de repente eu entendo.
(Talvez ela saiba que eu não saí do meu quarto...? Ou pensou que eu estaria nervosa de andar por aí depois do que aconteceu.)
Zero: Então, você virá comigo?
Evren: Obrigada por vir me buscar.
Zero: Sem problema.
Sem outra palavra, Zero coloca suas mãos em seus bolsos e se vira. Eu o sigo pelo corredor cheio enquanto ele manobra ao redor das pessoas, fazendo um caminho para nós. Já me sinto melhor. Nós entramos em um elevador lotado.
(Tudo está tão ocupado comparado à primeira vez que eu vim aqui... Acho que ainda tem muita coisa a se fazer.)
KAIROS ainda está no controle de muitas instalações governamentais da P.H.A.N.T.A.S.M. Mas a PHASe ainda está se recuperando da invasão. Não é a melhor posição, mas Phantom Alpha está sendo reconhecido como heróis por serem capazes de pelo menos retomar a PHASe. É isso que estou pensando, de qualquer forma, quando percebo que algumas das pessoas ao nosso redor estão sussurrando.
Marissa: (Ei, esse não é o menino de ouro da Dra. Park?)
???: (Você quer dizer aquele grande experimento sobre o qual ela está tão presunçosa?)
Eu imediatamente reconheço uma das mulheres como aquela que tentou impedir o Cinco de se infiltrar, mas não conheço a outra. Eu configuro meu ARO para examinar sua identidade.
ARO: KANG SOOYEON. EQUIPE DE ADMINISTRAÇÃO DA PHASe.
Sooyeon: (Eu não sabia que ela deixa mesmo ele sair do laboratório.)
Marissa: (É, eu ouvi que ele se juntou à Phantom Alpha recentemente.)
(Espera... Elas estão falando sobre Zero?)
Eu o olho de relance, mas ele não vai encontrar meus olhos. Posso dizer que seu corpo está tenso, no entanto. O elevador para em um andar. Eu quero tanto que a gente desça aqui, mas não é esse que precisamos.
Sooyeon: (Sério? Então, ele é um daqueles que nos salvou?)
Marissa: (É, acho que sim. Acho que o experimento não foi uma falha daquelas dessa vez.)
Eu me encontro ficando tensa por esse comentário.
(Mas que diabos? Elas realmente acham que eu não consigo ouvi-las?)
Sooyeon: (Eu ouvi que ele é instável, no entanto. É realmente seguro que ele esteja andando por aí assim?)
Marissa: (A maioria dos agentes da PHASe são bizarrices. Não vejo muito a diferença, sério.)
O elevador para novamente para deixar algumas das pessoas descerem, mas ainda não é o nosso andar.
(Ugh, não consigo aguentar isso...)
-[Discutir com elas.] {+Zero?}
Eu me viro para as mulheres ao meu lado.
Evren: Esse homem e todos os meus companheiros de equipe arriscaram suas vidas para libertar todo mundo na PHASe. Como vocês podem falar merda assim bem na frente dele?
Zero olha de relance para mim, mas ele só parece envergonhado.
Marissa: Você não é nova aqui?
Sooyeon: Eu não te reconheço mesmo.
???: Essa é a Agente Sete.
Outra mulher que eu não reconheço aparece do meu lado.
ARO: ABIONA NAJEED. EQUIPE ADMINISTRATIVA DA PHASe.
Abiona: Uma mulher sortuda que claramente entende a perfeição. Agente Zero é o ser mais incrível nesse prédio inteiro. As coisas que a Dra. Park foi capaz de alcançar com ele são além de comparação. E você foi capaz de vê-lo em ação.
Marissa: Ah, por favor, você realmente vai venerar o experimento de outra pessoa?
Abiona: Por que não? Ele está mais perto de ser um deus do que nós jamais estaremos.
Sooyeon: Ele é uma abominação e sua fascinação não é saudável.
O elevador anuncia nosso andar, mas eu nem me importo mais.
Evren: O que quer que ele fez para chegar aqui, ele só é um humano, eu—
Eu sou interrompida no meio da frase quando Zero agarra minha mão e se move na direção das portas abertas do elevador. Com seu forte aperto, eu sou forçada a cambalear atrás dele, ou do contrário ser arrastada o caminho inteiro. No momento que descemos do elevador, ele solta minha mão.
Evren: Zero?
As portas se fecharam atrás da gente, mas o miasma que a conversa daquelas mulheres criou ainda paira sobre nós. Zero simplesmente fica parado ali, olhando para longe de mim. Eu ando ao redor dele e encaro seu rosto.
Evren: Zero...
Eu pego suas mãos nas minhas.
Evren: Sinto muitíssimo por todas aquelas coisas que elas disseram.
Zero não fala por um momento, continuando a morder seu lábio. Então, ele dá um rápido assentir na direção do fim do corredor.
Zero: O escritório da Dra. Sadik é a última porta à direita.
Antes que eu possa responder, Zero se afasta de mim. Ele é tão rápido, já correu de volta na direção em que viemos antes que eu possa processar o que aconteceu. Mas é tarde demais, ele já virou uma curva, provavelmente indo até as escadas. Eu olho para as minhas mãos vazias e suspiro.
(Zero... O que você suportou para chegar aqui?)
Sem ninguém para responder minhas perguntas, eu me resigno a andar sozinha o resto do caminho até o escritório da Dra. Sadik.
-[Discutir não fará nenhum bem.]
???: Todos conseguem ouvir vocês, sabem. Não estão sendo nada quietas.
(Obrigada!)
ARO: IDENTIFICAÇÃO COMPLETA. ABIONA NAJEED. EQUIPE ADMINISTRATIVA DA PHASe.
Abiona: Vocês estão na presença do pináculo do que a ciência consegue alcançar. Agente Zero é um ser maravilhoso que superou as limitações humanas.
(Hein? Isso só está ficando estranho...)
Sooyeon: Se isso fosse verdade, uma abominação ainda conta mesmo como um humano?
Abiona: E o que é tão ótimo sobre ser um humano? Vocês duas deveriam estar muito gratas de estarem respirando o mesmo ar que ele.
Abiona anda ao meu redor e agarra a mão do Zero. Ela a sacode, surpreendendo a mim e a ele.
Abiona: Eu sou Abiona. É tão bom conhecê-lo. Não ouça aqueles ao seu redor, ok? Eles só têm medo da perfeição.
O elevador anuncia o décimo andar. Abiona se vira, acena para Zero e vai embora. Quando as portas do elevador se fecham, parece que todo mundo sobrando está sem palavras. Um silêncio desconfortável cai em todos nós enquanto o elevador finalmente anuncia nosso andar. Zero praticamente corre para fora do elevador, e eu tenho que correr atrás dele.
Eu paro na porta que o Zero mencionou e olho para a pequena tela ao lado dela. Tiro meu ARO e deixo-a escanear minhas íris. Uma tela aparece dizendo CODINOME: SETE? junto com a hora da minha consulta e uma mensagem de confirmação. Eu pressiono sim e um pequeno bipe é seguido pelo som de ar sibilante quando a porta desliza para abrir. Eu entro no escritório da Dra. Sadik. Sou cumprimentada por um aroma agradável assim que entro no escritório. Meus olhos são imediatamente atraídos para a vegetação do lado de dentro. Sem pensar, eu me dirijo direto para as plantas. Gentilmente as toco, tentando ver se elas são de verdade ou falsas.
???: Eu vejo que você gosta de plantas. Essas são minhas favoritas.
Uma voz baixa e calmante surge atrás de mim. Eu dou um giro para ver quem eu acho que seja a doutora em sua cadeira... Eu tinha passado por ela e nem mesmo percebi, tão decididamente focada nas plantas.
Evren: Sinto muito, só não estou acostumada a vê-las aqui...
Dra. Sadik: Não precisa se desculpar, é para isso que elas servem. Você gostaria de se sentar?
Dra. Sadik gesticula para a outra cadeira e eu rapidamente me sento.
Dra. Sadik: Sinto muito que demorei tanto para ver você. Mas é um prazer conhecer nosso mais novo membro. Como você está?
Evren: Ah, eu... Estou bem. Estou ótima.
Eu esfrego meus joelhos um pouco nervosamente.
Evren: Eu nunca fui a um terapeuta antes. Digo, não como um profissional. Bem, nós meio que tínhamos um no nosso clã, mas não como um super profissional, porém.
Eu fecho minha boca para restringir a corrente de palavras estúpidas. Dra. Sadik apenas sorri, no entanto.
Dra. Sadik: Eu ouvi que viajantes têm alguém em quem podem confiar seus segredos...
Evren: Sim, o sábio do nosso clã... Ou eu ou... meu irmão teria sido isso, se tivéssemos ficado.
Dra. Sadik: Alegra-me ouvir que saúde mental está sendo levada a sério, até mesmo fora das cidades. Mas parece que você desistiu de muita coisa para estar aqui. E você passou por muita coisa imediatamente depois de se juntar. Nós podemos falar sobre qualquer coisa que você quiser.
Evren: Qualquer coisa...?
Dra. Sadik: Eu geralmente sugiro que meus pacientes falem sobre o que seja mais urgente em suas mentes agora, para que eu possa ajudar a aliviar isso.
O tópico que surge imediatamente na minha mente é...
-As mortes nas minhas mãos e nas da PHASe.
Evren: As mortes que aconteceram ao meu redor... E as mortes que estão nas minhas mãos.
Eu olho para minhas mãos enluvadas.
Evren: Mesmo se eu não conscientemente acertei nenhum golpe fatal, contribui para a morte das pessoas...
Eu olho de volta para a Dra. Sadik.
Evren: Fiz isso porque... eu queria ajudar as pessoas. Certo? Digo... Eu me tornei uma agente porque... queria ajudar a defender Olympia. Então, machucar as pessoas... Matar alguém... Isso é... certo? Isso realmente está bem...?
Dra. Sadik: Não é incomum para até mesmo agentes experientes sentirem-se desta forma. Como você se sente sobre isso?
Evren: Eu... Eu não sei. Não tenho certeza...
Dra. Sadik: Esse também é um sentimento muito normal. E está tudo bem não saber. Tenho certeza de que você encontrará sua própria resposta, em tempo.
-Meu irmão estando na KAIROS.
Evren: Não sei se você sabe disso, mas meu irmão... Ele está na KAIROS. Eu não o vejo há anos, e então de repente ele fala no meu ARO. Como se eu fosse aquela que acabou de invadir uma organização inteira e jogou a cidade no caos.
Dra. Sadik: Como isso faz você se sentir?
Evren: Frustrada. Chocada. ...Machucada. Não consigo entender por que isso está acontecendo... Eu sinto que... Eu... Não sei se está tudo bem dizer isso...
Dra. Sadik: Tudo que você diz aqui é confidencial. Eu lhe prometo, nada que você dizer aqui sairá desta sala.
Evren: Então... Eu me sinto culpada também. Isso me irrita, mas me sinto culpada que agora a PHASe sabe sobre meu irmão por minha causa. Ele pode ser um idiota, mas ainda é meu irmão, eu não quero nada acontecendo com ele. E... então estou assustada, também. Não sei o que vai acontecer com ele. Eu só quero falar com ele, argumentar com ele, de alguma forma... Talvez eles fizeram uma lavagem cerebral nele ou algo assim. Eu só não sei o que fazer.
Dra. Sadik: Essa é uma situação difícil para se estar...
-Surto mental do Cinco.
Evren: Na verdade... É sobre outro agente.
Dra. Sadik: Ah, Cinco... Ouvi que você estava lá logo depois que o líder da PHASe foi morto. {Acho que era pra ser KAIROS.}
Evren: Estava... Quatro e eu corremos assim que possível. Quando eu cheguei lá, Cinco estava agachado... chorando... Eu me senti tão impotente... E confusa.
Dra. Sadik: Confusa?
Evren: Não entendo por que alguém como ele está na equipe. Eu... Eu estou tão triste por ele... Isso não é algo que um abraço pode consertar. Vai acontecer com ele novamente, eu aposto. E não consigo aguentar que não sei o que fazer ou como ajudá-lo.
Dra. Sadik: Isso é compreensível. Todos vocês têm trabalhos muito difíceis. Algumas pessoas passam por uma dificuldade maior suportando o estresse disso que outras.
Evren: É bom saber que é normal. Mas honestamente? É tipo... por causa de tudo.
Dra. Sadik: Você quer dizer tudo que aconteceu?
Evren: Sim. Sair do meu clã, vir para a PHASe. A invasão da KAIROS. Estou tão exausta de todos os jeitos. Sinto que não fui capaz de me recuperar. Parece que... que estou afundando nesse abismo de negatividade e tristeza. Como se houvesse esse grande peso no meu peito que não consigo me livrar. Eu me sinto oprimida. Até mesmo as menores coisas parecem tão esmagadoras agora. E estou assustada que sou inútil assim.
Dra. Sadik: Por que você sente que é inútil?
Evren: Se eu não consigo nem aguentar sair do meu quarto... E então acima disso? Temo que voltar ao combate depois da longuíssima última missão. Quero ajudar a PHASe e apoiar minha equipe, porém, não importa o quê. Eu me juntei e quero que eles sejam capazes de depender em mim. Eu aprendi a me comprometer totalmente com minhas decisões quando era jovem. Mas... Eu me pergunto se realmente sou boa o bastante para fazer isso, e então... Pergunto-me por que estou aqui mesmo? Pensei que queria levar uma vida empolgante ajudando as pessoas, mas... Não sei se isso é aquilo. Se isso é o que eu estava esperando. Por que tudo que eu sinto é... esse medo e exaustão?
Dra. Sadik: Você passou por vários eventos prolongados e emocionalmente desgastantes. É normal entrar em uma fase depressiva, depois de tudo que você passou.
Evren: Depressão?
(Bem, o que eu sei? Talvez esteja mesmo.)
Sinto um vazio oco só de pensar nisso.
Evren: Pft. Que hora para começar a ter esses tipos de problemas... Ainda tem tanto trabalho a fazer. Minha equipe precisa de mim. O que eu posso fazer para... consertar isso?
Dra. Sadik parece pensar por um momento, e me pergunto o que está acontecendo em sua mente.
Dra. Sadik: Há um tratamento que pode ajudar pelo que você está passando. Talvez você gostaria de tentar?
Evren: Claro, sim, qualquer coisa, se ajudar. O que é?
Dra. Sadik: Uma forma de algo chamado EFT. Terapia de liberdade emocional. As terapias pelo que você está passando são baseadas na ideia de que os pensamentos, sentimentos e comportamentos negativos que você está experimentando... ...são o resultado de memórias não-processadas. Se você não processou a memória completamente, então ela bloqueia as emoções que você precisa sentir para superá-las. Então, nós vamos passar por essas memórias e tentar ajudar você a processá-las e liberar esse bloqueio. Esperançosamente, nós então seremos capazes de nos livrarmos completamente dos sentimentos negativos que você está tendo, para que uma memória ruim somente se torne uma memória. Isso está bem?
(Parece um pouco assustador voltar por aquilo novamente, mas faz sentido.)
Dra. Sadik: Aqui, estenda sua mão assim.
Ela me mostra como posicionar minha mão com a palma para baixo, e demonstra o movimento que estarei fazendo. Eu imito-a como um teste, movendo meu dedo indicador na direção da minha palma e de volta, antes de mudar os dedos.
Dra. Sadik: Primeiro, pense sobre o evento que mais lhe chateia.
Eu não consigo impedir uma careta de aparecer no meu rosto. Eu realmente não quero pensar nisso.
Dra. Sadik: Está tudo bem, não se preocupe. Você consegue.
Ela sorri tão tranquilizadoramente que eu não hesito em respirar fundo dessa vez. Eu penso de volta ao momento que mais me machuca.
Dra. Sadik: Agora...
Dra. Sadik me instrui a mover meus dedos em um certo padrão enquanto eu recordo a memória. É... ruim, no início. A memória é desagradável e vívida, e sinto o mesmo medo e desespero de antes. Eu quase recuo disso tudo depois de alguns segundos, a memória dói tanto. Mas enquanto movo meus dedos, a distração disso parece diminuir o medo que eu sinto. São necessárias várias tentativas com pausas entre cada tentativa, mas ela me ensina o caminho inteiro. E logo... ...Não me sinto tão mal quando me lembro daquele momento. Sou capaz de olhar para trás sem tanto medo quanto antes. Não me sinto tão desesperada. Depois de vários minutos, eu percebo que a Dra. Sadik parece mais feliz quando me oferece uma xícara de chá.
Dra. Sadik: Você não está se sentando tão dura agora. Como se sente agora quando comparado ao momento que entrou na primeira vez?
Evren: Eu me sinto... 
Penso novamente na missão, como me senti antes, e comparo ao agora.
Evren: ...melhor. Definitivamente menos estressada, agora.
Dra. Sadik assente e seu sorriso aumenta.
Dra. Sadik: Você está pronta para enfrentar as outras coisas lhe incomodando, então? Muita coisa aconteceu na sua missão, e nós temos bastante tempo para discuti-las.
Eu assinto, me sentindo mais confiante do que quando cheguei na primeira vez.
Evren: Vamos lá.
Sentindo-me mais leve depois da minha sessão, eu saio ao corredor. Dra. Sadik disse que ela me veria novamente em breve. Ela também me recordou que o cronograma de seu escritório pode ser verificado pela rede. Apenas no caso de eu querer visitar quando houver um espaço disponível.
(Eu me pergunto quanto tempo eu teria lidado com aquilo sozinha se a Dra. Sadik não estivesse ali para me ajudar...)
Meu estômago se torce ao pensamento e eu solto um suspiro.
(Mas ela ajudou, e estou bem.)
Eu olho ao meu redor, saindo do caminho das pessoas se apressando pelo corredor.
(Hmm, Dra. Sadik mencionou que há uma sala de simulação de combate... Seria melhor tentar uma missão antes de ter que sair em uma de verdade. Bem, não estou fazendo nada agora, e não quero que os pensamentos voltem...)
Evren: Certo, vamos lá.
Com isso em mente, eu defino a localização no meu ARO e parto para a sala de simulação. Quando eu entro na sala, olho duas vezes ao indicador do meu ARO para me certificar de que estou no lugar certo.
(Certamente é... animado. Poderia realmente ser esse?)
Estou inclinando minha cabeça para fora da porta para checar a placa de nome quando ouço uma voz familiar.
???: Até mesmo mulheres trabalhadoras precisam relaxar às vezes. Eu posso ajudar com isso.
Evren: Qu...? Oito...?
Eu coloco minha cabeça de volta para dentro, minha guarda levantada, apenas para ver que Oito não está nada perto de mim. Em vez disso, ele está deitado em uma espreguiçadeira de aparência estranha nos fundos da sala, algum tipo de visor sobre seus olhos. Não parece que ele percebe que estou aqui.
Oito: Não, você não pode subestimar o valor do prazer... Apenas trabalho e nenhuma diversão faz uma vida entediante.
(Ele deve estar usando o simulador... Sinto que estou me intrometendo, porém, com qualquer que seja o tipo de situação no qual ELE está. Talvez deva perguntar a ele se eu deveria ir embora?)
Relutante, eu começo a me aproximar lentamente na direção do relaxado Oito.
Oito: Você será mais produtiva, se apenas vir comigo e brincar um pouco.
(Caramba... Ele é realmente persistente. Eu quase me sinto mal pela simulação.)
Oito: Isso mesmo...
Sua voz está tão atraente e suave, é quase... hipnotizante. Sentindo-me cada vez mais desconfortável, eu quase paro totalmente por suas próximas palavras:
Oito: Aproxime-se um pouco mais...
(Certo... Simulação... Cara, elas devem ser bem realistas.)
Quase com ele agora, eu forço minhas pernas a se moverem os poucos passos restantes na frente dele.
Evren: Ei, Oito, sou eu—
As mãos do Oito repentinamente se soltam de seu peito. Elas disparam ao redor dos meus pulsos surpreendentemente fortes, e me puxam abaixo para ele.
Oito levanta um único dedo e empurra o visor de simulação para cima.
Oito: Você quer?
Seu sorriso torto me lembra do Gato de Cheshire. Eu começo a me afastar e começo a responder, mas os olhos de Oito brilham. Minha visão fica borrada e meu corpo relaxa.
Oito: Eu não te vejo há um tempo. Você estava sentindo minha falta?
(A voz do Oito é tão legal...)
Eu balanço minha cabeça, tentando me lembrar. Por que eu vim aqui?
Oito: Você veio aqui para me ver, certo?
Olhando nos olhos do Oito, eu me pergunto como não percebi quão charmosos eles eram antes—
Evren: Vir te ver...?
(Por que eu me sinto tão desorientada de repente...?)
Oito: Isso é tão legal... Eu estava me sentindo bastante solitário. Você também estava, certo? Eu sei que você não sai do seu quarto há dias.
(Acho que... Eu estive... Pelo menos isso é verdade.)
Evren: Isso é... verdade.
Oito: Então... quer ser minha parceira? Dessa vez, será somente você e eu.
-[Resistir ao Oito.]
Evren: Eu... Eu...
Tem uma sensação pesada e nebulosa me derrubando, mas...
(De jeito nenhum no inferno que eu vou fazer isso.)
Minha teimosia é mais forte.
Evren: Desculpe...
Oito: Hã?
Evren: Mas estou de folga agora.
Eu quebro o aperto dele nos meus pulsos e agarro os dele ao invés, apertando.
Evren: Recue com os aums ou vou ter que te machucar.
Oito parece surpreso, então dá uma risada suave.
Oito: Relaxe. Só estou tentando te ajudar. Eu te disse para estar atenta aos seus arredores... Se até mesmo eu poderia me esgueirar por você, não é?
Eu estreito meus olhos ao Oito, e os dele, irritantemente, suavizam.
Oito: Pessoas que resistem são mais interessantes para mim.
Evren: Ugh, você já ouviu falar de “limites” ou “consentimento”?
Oito: Você quer dizer “persuadir”?
Evren: Está falando sério?
Eu nem mesmo sei o que dizer a isso.
Oito: Então, considerando nossa posição... Tem certeza de que não mudou de ideia?
Evren: Ugh, definitivamente não.
Eu me empurro de cima do Oito, indiferente sobre onde meu joelho pode ter afundado, e me levanto.
Evren: O que te dá o direito de usar seus aums em mim?
Oito: O que me dá o direito de usá-los em qualquer pessoa? O que te dá o direito de usar os seus?
Evren: Isso não é—
Oito: —a mesma coisa?
Evren: Eu uso meus aums para me ajudar numa luta, não para... manipular.
Oito: Então, você usa sua força para manipular a situação em vez disso? Diga-me, querida Sete, qual é a diferença?
Eu posso dizer que ele está zombando de mim, mas talvez, haja outra coisa, também. Curiosidade de verdade? Ousando-me para prová-lo que está errado? ...querendo que eu prove-o que está errado? O que quer que seja, estou frustrada demais para me importar.
Evren: Bem, eu não usei meus punhos em você.
Oito: Você não usou sua força, porém? Para controlar a situação.
Evren: Está me dizendo que está bem usar aums para controlar uma situação?
Oito dá de ombros, brincando com sua gargantilha.
Oito: Por que não? Além disso, eu vim aqui para praticar. E se eu conseguir te persuadir, então deveria ser capaz de persuadir a maioria das pessoas...
Ele inclina sua cabeça de um jeito fofo, e eu podia jurar que vejo seus olhos brilharem novamente.
Evren: ugh, eu deveria ir embora.
Eu me viro para fazer isso, mas a mão do Oito dispara ao redor do meu pulso novamente. Brevemente contemplo jogá-lo por cima do ombro, mas subjugo o impulso.
Oito: Por favor?
Pela súplica em sua voz, me viro de volta na direção do Oito.
Oito: Eu não estava mentindo. Todos estiveram tão pra baixo ultimamente. Não há missões para mim ainda, também.
Oito aponta para o bar perto da gente.
Oito: Quer conversar? Não vou nem usar meus aums em você dessa vez.
Eu encaro o bar, então de volta ao rosto esperançoso do Oito antes de suspirar. Eu aponto para ele enquanto praticamente piso forte até o bar.
Evren: É melhor mesmo. Ou eu vou usar meus punhos em você dessa vez.
Oito: Embora eu não possa prometer que você não será cativada por mim, de qualquer forma.
Sentindo-me estranhamente nervosa e emburrada sobre isso, eu me sento no banco de bar sem comentários. Oito faz o mesmo ao meu lado e, agarrando uma garrafa próxima, põe um drinque para nós dois.
-[Entregar-se ao Oito.]
Eu coloco meu ARO na mesa com um suspiro, nem mesmo me incomodando para protestar.
Oito: Então, nós finalmente temos a chance para realmente conversar... Embora você seja mais velha, eu sou o mais experiente. Então, você tem alguma pergunta para mim?
Eu respiro fundo para me acalmar e pensar.
(Deveria tentar usar essa oportunidade para aprender mais.)
Eu reflito o que quero perguntar a ele.
-Como você chegou na PHASe?
-Como suas habilidades de Sereia funcionam?
-Como você ganhou seu gato?
-O que você faz além do trabalho?
-Perguntar sobre o Cinco.
???: Oito?
Uma voz familiar interrompe nossa conversa. Eu olho na direção para ver alguém completamente inesperado parado ali.
Oito: Cinco? Você não deveria estar descansando?
Cinco: Eu... queria te ver. Estou me sentindo melhor hoje. E Sete está aqui, também!
Cinco se aproxima da nossa mesa e senta-se ao lado do Oito.
Cinco: Oi, Sete.
Evren: Estou tão feliz de te ver de pé e andando.
Cinco: Sim. Eu... queria passar um tempo com o Oito. Mas estou feliz que você está aqui, também.
Oito: Bem, se você tem certeza de que está se sentindo bem o bastante...
Cinco: Eu me sinto melhor perto de vocês.
Evren: Owwn... Estou feliz, então.
Cinco: Do que vocês estavam falando quando eu cheguei?
Antes que eu possa abrir minha boca, Oito se pronuncia.
Oito: Ah, só sobre a vida aqui. O trabalho.
Cinco: O trabalho?
Oito: Bem, digo... minha classe. Sete aqui está interessada em Sereias.
(Por que ele teve que colocar desse jeito?)
Evren: Estou interessada em aprender mais sobre a classe de todo mundo. Incluindo Metamorfos. Eu quero aprender como trabalhar bem com todos. Dra. Park disse que as equipes fazem melhor se conhecem mais sobre um ao outro.
Cinco: Ah, isso é verdade... Metamorfos não são assim tão diferentes de Sereias em como são usados.
Oito gentilmente balança seu drinque, os cubos de gelo batendo nas laterais do copo.
Oito: Isso meeesmo. Nós dois somos classes de infiltração. E nós dois ganhamos a confiança das pessoas ao simplesmente prosseguir com o jeito que elas nos vêem.
Cinco: “Percepção é realidade”. É isso que ensinam aos Metamorfos.
Evren: Isso faz sentido... Embora vocês dois não pareçam, acho que pode ser bastante assustador para o inimigo. Nunca saber em quem podem confiar.
Oito: Por agora, eles deveriam saber o ditado que “toda rosa tem seus espinhos”.
Evren: ...Mas isso não é difícil para vocês?
Cinco: ...
Oito: Difícil como? As pessoas fazem o que têm que fazer para sobreviver. Até na PHASe. Não é como as coisas eram antes do clima mudar.
Cinco: Todo mundo tem que encontrar um jeito para ser útil. Para não... ser um incômodo.
Oito: Eu pensaria que você de todas as pessoas entenderia isso, como uma viajante. Além disso, a atenção é sempre legal.
Evren: Entendo o que você está dizendo, e não pretendo lhe ofender...
Oito: Mas?
Evren: Mas não consigo evitar me perguntar quão difíceis são os trabalhos dos meus companheiros, também. Talvez não seja da minha conta, mas isso não te incomoda? O...
-...amor falso que vocês recebem.
-...jeito que você tem que se vestir e agir.
-...problema com consentimento.
Eu decido mudar de assunto completamente, para aliviar a atmosfera.
Evren: E sobre o Monarca? Qual é a história por trás dele?
Cinco: Ele me seguiu depois de uma missão... Eu não podia deixá-lo. Ah, eu o entreguei para o Oito. Eu, er, queria que o Oito tivesse alguém que o amaria só por ser o Oito. Não por causa de sua aparência ou porque foi persuadido.
Oito: Argh, Cinco, acho que você é honesto demais às vezes... É constrangedor...
Cinco: Oito precisa relaxar mais. E Monarca o amou no momento em que se conheceram. Ele se aninhou em seus braços e nunca queria sair.
Oito repentinamente junta suas mãos.
Oito: Sim! Ele ronronou e ronronou e ronronou... Era a coisinha mais adorável! Tão pequeno!
Cinco: E quando eu tentei segurá-lo um pouquinho, ele ficou zangado—
Oito: Ele ficou tipo “Não!”. “Esse é o MEU humano, você não vai me afastar dele!”. Ah, e então eu me apaixonei à primeira vista com meu gatinho...
(O que é essa fofura de repente?)
Evren: Ugh, eu sinto que meu coração vai explodir em arco-íris. Essa é uma história tão amável. Mal posso esperar para conhecê-lo.
Oito: Na próxima vez que sairmos para curtir, vou tentar trazê-lo, ok?
Cinco se vira para mim e sussurra.
Cinco: Oito é realmente fofo às vezes. Então... por favor, não fique zangada com o Oito. O jeito que a classe dele funciona não é culpa dele. É assim como as coisas na PHASe são feitas—
Oito: Cinco. Não comece isso. Eu não sou uma vítima—
Cinco surpreende todos nós ao atingir a mesa com ambos os punhos.
Cinco: Eu não quero que ela pense que você é uma má pessoa! E eu não quero que você continue tendo que estar em situações ruins!
Há tanta frustração e angústia em sua voz. Eu quero ajudar, mas não sei como.
Evren: Cinco—
Cinco: E quando me apresento, não quero dizer que sou Cinco, ou algum nome inventado. Eu quero dizer que sou Ko Daehyeon!
(Ko... Daehyeon?)
Oito: Cinco!
Oito cobre seu rosto com sua mão, claramente exasperado.
Evren: Esse é o seu... nome verdadeiro?
Cinco: Sim. Eu não sou Cinco, sou Daehyeon. Esse é o nome que meus pais me deram...
Oito: Cinco... Droga... Se Raske descobrir, ele vai te matar. Você sabe que nós não devemos revelar isso para qualquer um.
Cinco: Sinto muito... Mas Sete não é apenas qualquer um. Ela é minha companheira de equipe. E eu quero confiar nela. Eu quero que as pessoas sejam capazes de confiar em mim!
Oito: Cinco...
???: Sete.
Uma voz profunda flutua até a gente, e todos nós nos viramos para olhar para a entrada. Seis está parado lá, inclinando-se contra a porta como se estivesse ali há um tempo.
Seis: Ei, Oito. Cinco.
Seis dá uma pequena acenada de dois dedos.
Seis: É bom ver que todos vocês estão passando bem.
Seus olhos se movem para mim.
Seis: Sete, você não viu Raske te solicitando?
Evren: Hein? Ah, não, meu ARO...
Todos nós olhamos para ele, esquecido na mesa.
Seis: Ah. Sem problema. Raske tem uma missão pra gente, então vamos pegar, hein?
Oito: Sete irá com você dessa vez?
Seis: É o que parece.
Oito: Entendo... Acho que não temos escolha além de te deixarmos ir, então.
Oito inclina seu copo para mim.
Oito: Vamos continuar essa conversa com drinques novamente. Na próxima vez, eu vou pagar.
Seis dá uma risadinha, e então se vira para sair da sala. Eu deslizo para descer do meu banco de bar e me viro para os rapazes.
Evren: Verei vocês mais tarde. Obrigada pela conversa.
Cinco: Tchau, Sete.
Cinco está me encarando com olhos tão tristes, sinto que preciso falar mais.
Evren: E não se preocupe. Seu segredo está seguro comigo.
A voz de Seis filtra de volta para mim quando ele espia sua cabeça para dentro.
Seis: Vamos lá, Sete. Nós definitivamente não podemos deixar Raske esperando.
Eu assinto aos dois homens, então me apresso para seguir o Seis. Estou perdida demais em meus próprios pensamentos para perceber onde Seis está me guiando, até já estivermos lá. Eu pisco e rapidamente olho ao redor, analisando meus arredores. Nós estamos no laboratório médico, mas... por que estamos aqui? Eu olho de relance ao Seis com uma questão silenciosa em meus olhos. É uma que não posso pronunciar quando um homem alto e loiro aparece para nos cumprimentar.
Seis: Raske, eu encontrei Sete para você, como requisitado.
Raske assente para o Seis.
Raske: Obrigado. Você pode ir agora. Eu estarei esperando um relato de missão amanhã.
Seis: É claro~ Eu nunca me esqueceria de fazer isso.
Seis se vira para mim. Dando-me uma pequena piscadela, ele suavemente se vira. Ele sai andando do laboratório médico, deixando-me com Raske.
Raske: Agente Sete.
Minha cabeça dispara de volta para olhá-lo imediatamente.
Evren: Sim... senhor?
Raske: Devido ao caos, nós não tínhamos tempo para oficialmente nos conhecermos. Eu sou Sargento Yakov Raske. Sou oficialmente o gerente para Phantom Alpha.
Ele olha para o tablet nas suas mãos, rolando enquanto ele continua a explicar as coisas para mim.
Raske: Estou encarregado de lhe entregar suas missões. Se houver alguma coisa que você não entende, eu sugiro me perguntar antes de qualquer missão começar. Depois de cada missão, você será exigida a relatar de volta para mim.
Ele para de rolar para olhar para mim.
Raske: Tudo está claro até agora?
Evren: Sim, senhor. Entendido. Basicamente, eu venho até o senhor antes e depois das missões.
Raske assente, olhando ao seu tablet novamente.
Raske: Você pode me chamar de Sargento Raske, Sargento ou simplesmente Raske. Nunca Yakov.
Eu assinto. É simples o bastante para entender, e simples o bastante para obedecer.
(Será “Raske”, então.)
Raske: Ser um agente não é um jogo, embora você possa ter percebido isso durante a invasão.
Evren: ...
Eu posso apenas assentir, as palavras não saindo muito.
(É, definitivamente... Eu sabia que não seria uma vida fácil, mas realmente me atingiu então.)
Raske: Você se lembrará disso: PHASe é uma operação governamental. Você é uma agente e cedeu por escrito sua vida pelo bem das pessoas. Você não tem nome por uma razão. Nenhum agente tem. É também por que seu número é atribuído a você. Eu não tinha um, por um tempo. Seu nome está classificado, sua informação está classificada. Você não é mais quem era antes. Agora, você é outra pequena engrenagem na grande máquina que é a P.H.A.N.T.A.S.M.
(...somente uma pequena engrenagem, hein?)
Não consigo dizer se isso é o que ele realmente sente, ou se ele só está recitando algo que foi dito a ele antes.
(Tudo isso soa tão... hmm...)
Raske: Lembre-se disso.
(Não acho que tenho mesmo uma escolha além de lembrar.)
Raske: Alguma pergunta?
Evren: É, eu tenho uma... O que você quis dizer, que não tinha um nome?
Raske suspira silenciosamente. Ele não diz nada de início. Ele parece estar pensando sobre sua resposta.
Raske: Essa informação é para agentes e equipes da PHASe apenas. Você entende?
Eu assinto.
Raske: Eu era um agente antes, conhecido como Dois.
Evren: Dois? Então, você... você estava na Phantom Alpha antes?
Raske: Sim, eu estava na equipe que havia antes de você. Eu não sou mais um agente de campo ativo.
Evren: É o mesmo com os outros? Eu tenho permissão de saber quem era o Sete anterior?
Raske: ...Nem todo mundo conseguiu se aposentar. Eu não quero ver você terminar como o Sete que eu conhecia.
Evren: Entendo...
Raske: Então, mantenha-se na linha.
Raske toca seu tablet, digitando alguma coisa que não consigo ver. Eu fico parada observando-o, perguntando-me se deveria dizer alguma coisa. Mas antes que eu possa pensar no que dizer, ele olha para mim novamente.
Raske: Nós conversamos o bastante. É hora das instruções de sua missão. Na próxima semana, você estará se juntando ao Seis numa missão, com Quatro lá para auxiliar também. Você auxiliará Seis em capturar um suspeito membro da KAIROS. Nossa inteligência sugere que ele era uma das pessoas que ajudaram a abrir o caminho para a invasão. Maiores detalhes serão enviados para seu ARO. Leia tudo enquanto se prepara.
Eu ouço pequeno ping familiar na minha orelha, deixando-me saber que eu recebi uma nova mensagem. Eu faço uma nota mental para abri-la quando voltar ao meu quarto.
(Pergunto-me... quanta preparação eu terei que fazer antes disso?)
Evren: Isso é tudo?
Raske: Sim, você pode ir agora.
Raske olha de volta ao seu tablet, acenando para mim enquanto se vira para andar de volta de onde ele veio. Eu resisto ao impulso de colocar meu ARO e abrir os arquivos imediatamente. Ao invés disso, eu me apresso ao meu quarto para ler tudo lá. Começo a caminhar pelo corredor, analisando as informações no meu ARO, mas... Minha mente começa a viajar para...
-Cinco {Premium}
-Zero {Premium, +Zero?}
Eu quero voltar ao meu quarto e ler a missão, mas... Tem algo me incomodando.
(Zero...)
Eu não posso apenas deixar desse jeito, depois de ouvir as coisas horríveis que aquelas mulheres disseram sobre ele. Embora eu me sinta, um pouco culpada sobre isso, ligo a tela do meu ARO e procuro pela localização do Zero.
(Tenho certeza de que ele quer ficar sozinho, mas... Estou preocupada. Vou só me certificar de que ele está bem.)
Eu encontro seu indicador no telhado e me dirijo ao elevador. Quando chego no telhado, eu imediatamente encontro o Zero, inclinado sobre a grade. Seus ombros estão largados e sua postura parece derrotada.
(Ah, Zero...)
Eu me aproximo dele novamente, mas é inútil. A postura do Zero se endurece no primeiro passo. Eu deveria muito bem apenas dizer oi.
(Como eu deveria fazer isso?)
-Confortá-lo.
Evren: Oi, Zero.
Eu espero Zero se virar na minha direção e dou meu melhor sorriso.
Evren: Você se importa se eu relaxar aqui contigo?
Zero: Tudo bem.
Eu fico ao lado do Zero e me inclino na grade. Nenhum de nós diz nada por alguns momentos, o vento apenas passando entre nós. Surpreendentemente, Zero é o primeiro a se pronunciar.
Zero: Tudo saiu bem com a Dra. Sadik?
Evren: Sim! Ela me ajudou muito.
Zero assente.
Zero: Ela é ótima.
Evren: Ela é. Estou tão grata que a PHASe tem ela.
Zero assente e fica quieto. Eu freneticamente penso num jeito para manter a conversa fluindo.
Evren: Hm... Eu não sou a mais suave nisso, mas... Não sou uma terapeuta, mas estou acostumada a ouvir as pessoas. Dar conselhos, se elas quiserem. Ou só... você sabe. Ouvi-las desabafar. Eu fui meio que treinada para isso enquanto crescia. Então... Sinto muito se estiver tagarelando, mas só queria que você soubesse. Estou aqui se você precisar de mim. Eu ouço, e não vou julgar nem compartilhar nada.
Zero: ...Obrigado.
-Alegrá-lo.
Evren: Oi, Zero!
Eu ando a passos largos direto para Zero e me inclino na grade. Olho para seu rosto, mas ele imediatamente vira para longe. Encaro a distância em vez disso e respiro o que pode ser a inalada mais dramática que já tomei.
Evren: Caramba! Certamente é legal tomar um ar fresco!
Zero vira sua cabeça um pouco na minha direção, mas eu continuo olhando em nenhuma direção em particular.
Evren: É fácil demais se perder no labirinto do prédio... Vir aqui fora definitivamente clareia a mente e energiza o corpo!
Eu me viro na direção do Zero agora.
Evren: ‘Cê não acha, Zero?
Zero: ...Sim.
Evren: Eu estive presa no meu quarto por tempo demais, então pensei que deveria vir aqui fora. Minha sessão saiu bem, e estou me sentindo muito melhor!
Zero: Sério?
Evren: Sim! Dra. Sadik é ótima. Estou feliz que fui capaz de falar com alguém.
Eu olho para baixo e digo numa voz mais quieta.
Evren: É fácil para pensamentos pequenos virarem grandes e assustadores. Falar sobre eles num lugar seguro... É como se dissipasse a ilusão. Você não mais o incômodo sozinho, e percebe que tudo só era pior do que parecia.
Zero: É...
(Ele não responde tanto quanto de costume, mas estou me acostumando com isso. O que deveria dizer a seguir?)
-Perguntar sobre o que aconteceu no elevador.
Evren: Então... Você quer conversar sobre o que aconteceu no elevador mais cedo?
O rosto do Zero instantaneamente obscurece e ele desvia o olhar de mim.
Zero: Sinto muito... Eu realmente não quero pensar nisso agora.
Evren: Ah, desculpe por ter perguntado...
Zero: Está tudo bem.
Evren: Bem... Eu só quero que você saiba que... Seja o que for que aconteceu no passado, ou como outras pessoas vejam você... Isso não muda minha opinião de você. Você é apenas você, para mim. E estou aqui para conversar, se você precisar de mim.
Zero: ...Obrigado.
-Distrai-lo com uma pergunta.
(Não quero forçar minha sorte e chateá-lo... Talvez eu poderia perguntar alguma coisa?)
Evren: Eu posso te fazer uma pergunta aleatória, Zero?
Zero: Ok.
-Há uma história por trás da tatuagem?
Evren: Há uma história por trás da tatuagem no seu pescoço?
A mão de Zero imediatamente vai para seu pescoço.
Zero: Eu fiz quando me juntei à Phantom Alpha.
Evren: Sério? Como uma coisa comemorativa?
Zero: Mais ou menos. Tem muito significado para mim.
Evren: É o logotipo da classe Infinita, não é?
Zero dá um curto aceno de cabeça.
Zero: Não havia nenhum logotipo antes de mim, então... Dra. Kamau sugeriu que nós usássemos minha tatuagem. Já que sou o primeiro... já que eu sou Zero.
Evren: Owwn, isso é meio adorável, no entanto. Parece uma honra.
Zero: ...É, sim.
Evren: Dra. Kamau, porém. Não acho que ouvi esse nome...
Zero: Ela é a assistente da Dra. Park. Ela me ajudou muito durante meu tempo na Iniciativa Zero.
-Qual é sua cor favorita?
Evren: Qual é a sua cor favorita?
Zero: Cor favorita?
Evren: Bem, estou adivinhando que possa ser azul.
A mão de Zero vai para as mechas coloridas em seu cabelo.
Zero: Bem, azul... Tem um significado especial para mim. É por isso que eu pintei meu cabelo assim. Fiz isso depois que completei 18 anos.
Evren: Posso perguntar qual é o significado?
Zero inclina seu olhar para cima e eu me viro para seguir. Não há nada ali além do céu, e o domo muito acima dele.
Evren: Você quer dizer... o céu?
Zero: Seria divertido voar por aí lá em cima, não seria? Digo, sem nenhuma tecnologia para nos ajudar.
Evren: Mm, sim. Seria.
-Você visita a cidade?
Evren: Você passeia por Olympia?
Zero: Quer dizer para se divertir?
Evren: É. Eu mesma não tinha tido uma chance ainda.
Zero: ...
Zero desvia o olhar, e de início acho que o deixei chateado, mas então percebo que ele está pensando.
Zero: Eu costumava, mas... Não consigo me lembrar da última vez que saí.
Evren: Onde você costumava ir quando saía, então?
Zero: Fliperama... Ou salas de esportes em RV.
Evren: Ah, então você é um gamer? Eu deveria ter adivinhado a parte dos esportes.
Zero: Você joga jogos?
Evren: Eu realmente não tinha tido a oportunidade de jogar jogos exceto no meu ARO.
Zero: Você... quer ir alguma hora?
Evren: Eu adoraria!
Zero: Mas... Tinha uma pergunta para você.
Evren: Para mim?
(Bem, isso é novidade. Geralmente, sou eu fazendo todas as perguntas.)
Zero: Eu ouvi no interrogatório da missão... Seu irmão está na KAIROS?
Evren: Eu... Aparentemente, sim. Eu não sabia. Mal consigo acreditar. Não tinha visto-o há anos... Nós tivemos uma grande briga. Éramos sempre próximos enquanto crescíamos, mas não víamos mais do mesmo modo...
Zero: Eu não vejo meu irmão há muito tempo... Isso parece difícil.
Evren: É...
Eu suspiro, meus ombros largados. Eu devo parecer realmente mal porque antes que eu saiba, Zero está desajeitadamente dando-me tapinhas nas costas. Eu olho de relance ao rosto de Zero, mas ele parece envergonhado. Antes que eu possa me impedir, choque faz as palavras saírem aos tropeços.
Evren: Você está... tentando me confortar?
Zero: Desculpe... Só tenho confiança em combate. A Iniciativa Zero não ensinou nada sobre confortar.
Evren: Pft... Hahaha.
Ele diz isso tão seriamente que não posso evitar explodir em risadas. Mas Zero sorri também, e já me sinto melhor.
Evren: Obrigada, Zero. Você não é tão ruim nisso.
Ele se afasta, colocando suas mãos em seus bolsos e olhando para o céu.
Zero: Sem problema.
Eu me inclino sobre a grade, fechando meus olhos enquanto o vento sopra minhas franjas.
Evren: Lembre-se, você pode vir falar comigo sobre qualquer coisa, a qualquer hora também.
Zero: Quando estiver pronto, eu prometo que irei até você.
Eu tenho que me impedir de estragar o momento por dizer “Sério?!” e apenas assinto em vez disso. Eu fico com Zero um pouco mais, silenciosamente observando as nuvens passarem.
Esse é o fim do segundo capítulo. Até a próxima! :)

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